O simulado nuclear em Angra dos Reis (RJ) mobilizou o Exército, a Marinha, a Defesa Civil e diversos órgãos federais em um treinamento de grande escala para testar protocolos de segurança e comunicação com a população que vive próxima às usinas nucleares. O exercício, realizado ao longo de três dias, avaliou a capacidade de resposta das equipes diante de uma emergência radiológica.
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O Complexo Nuclear de Angra, administrado pela Eletronuclear, abastece cerca de seis milhões de brasileiros. Segundo a empresa, todo o processo é monitorado em tempo integral, com padrões internacionais de segurança. O combustível utilizado é o urânio enriquecido, um recurso estratégico que exige controle ambiental e operacional rigoroso.
Exército e Marinha reforçam protocolos no simulado nuclear em Angra
O Simulado de Emergência Nuclear é realizado a cada dois anos e envolve milhares de profissionais civis e militares. Neste ano, o destaque foi a presença da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), que participou como órgão regulador independente, com foco exclusivo na proteção da população e das instalações nucleares.
Durante o exercício, as equipes apresentaram equipamentos de resposta rápida, como drones com câmeras térmicas, veículos blindados com proteção contra agentes nucleares e biológicos, além de tendas de descontaminação. Conforme explicou o comandante Leonardo Garcia, da Marinha do Brasil, os detectores radiológicos permitem identificar áreas contaminadas e encaminhar possíveis vítimas ao Hospital Naval Marcílio Dias, referência latino-americana no atendimento especializado.
Além disso, uma das novidades foi o uso de um aplicativo de alerta por SMS, que enviou notificações em tempo real aos moradores sobre o andamento das operações.
Treinamento inclui evacuação de moradores e testes de comunicação
Cerca de 3 mil funcionários participaram da evacuação simulada da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, seguindo rotas sinalizadas e pontos de encontro definidos. O mesmo procedimento foi repetido com moradores da região, que cooperaram com as equipes de segurança.
De acordo com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Marcos Antônio Amaro dos Santos, o treinamento tem como objetivo garantir que “as equipes conheçam bem os protocolos e atuem com rapidez em situações de risco”.
O Brasil possui a sexta maior reserva de urânio do mundo, mas apenas um terço do território nacional foi mapeado. Caso os estudos avancem, o país pode se tornar o segundo maior produtor global do mineral. Atualmente, apenas oito nações dominam todo o ciclo do combustível nuclear — e o Brasil é uma delas.