A Polícia Civil de São Paulo investiga a morte de mãe e filha após ingerirem um bolo envenenado entregue um dia depois de uma festa de aniversário, no bairro do Ipiranga, zona sul da capital. As vítimas são Ana Maria de Jesus, de 52 anos, e Larissa de Jesus Castilho, de 21. Uma adolescente de 16 anos, também da família, sobreviveu após receber atendimento médico.
Leia também:
Homem é preso por tráfico durante ação em Parnamirim
Segundo a investigação, o bolo foi deixado na casa de Ana Maria no dia seguinte à comemoração familiar. O laudo pericial indicou a presença de um inseticida usado para conter pragas na composição do alimento. As autoridades tratam o caso como duplo homicídio e tentativa de homicídio.
Entrega do bolo envenenado
Câmeras de segurança registraram o momento em que o bolo foi entregue, por volta das 11h30 do dia seguinte à festa. Nas imagens, um homem aparece descendo de um carro, carregando uma sacola, e entregando o doce a Ana Maria. Após uma breve conversa, ele deixa o local.
Ana Maria não participou da comemoração devido ao trabalho e comeu o bolo no fim da tarde. Cerca de 40 minutos depois, passou mal e ligou para uma das filhas dizendo que não conseguia ficar de pé. Ela foi socorrida e levada ao Hospital Heliópolis, onde ficou internada em estado grave.
Reações e mortes após o consumo
Mais tarde, Larissa e a adolescente voltaram do hospital para casa sem saber o motivo do mal-estar da mãe. As duas decidiram comer o restante do bolo. Segundo o depoimento da adolescente, ela experimentou uma pequena porção, enquanto Larissa ingeriu metade da fatia e comentou que o sabor parecia estranho. Pouco depois, ambas passaram mal.
Larissa teve uma piora súbita e morreu em casa, mesmo após tentativas de reanimação. Já a adolescente conseguiu sobreviver. Ana Maria permaneceu internada por semanas, mas não resistiu às complicações causadas pela intoxicação e morreu dois meses depois, com insuficiência respiratória.
Avanço das investigações
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) confirmou que o veneno foi misturado ao bolo após a festa de aniversário de um bebê de um ano, parente das vítimas. Nenhum outro convidado apresentou sintomas, o que reforça a suspeita de adulteração deliberada.
Na quarta-feira (8), a polícia cumpriu mandados de busca em endereços ligados aos principais suspeitos — o marido de uma sobrinha da vítima e a esposa dele. O caso segue sob investigação para esclarecer as motivações e circunstâncias do crime.