O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente, nessa sexta-feira (10), a decisão da Câmara dos Deputados de derrubar a MP do IOF, que previa uma cobrança maior sobre operações financeiras de alto valor. Segundo ele, o texto buscava garantir mais justiça tributária, fazendo com que os mais ricos contribuíssem um pouco mais para financiar políticas sociais.
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De acordo com Lula, o governo enviou a medida provisória ao Congresso após um acordo prévio entre lideranças. “A gente manda um projeto de lei depois de acordado no Congresso Nacional para as pessoas que ganham acima de R$ 600 mil e acima de R$ 1 milhão pagarem uma merrequinha a mais, para que as fintechs paguem um pouquinho mais, para que as bets paguem um pouquinho mais, e eles votam contra”, afirmou.
Câmara rejeita aumento previsto na MP do IOF
A MP do IOF previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras para grandes transações, especialmente de investidores com rendimentos mais altos e empresas digitais, como fintechs e plataformas de apostas online. A proposta fazia parte da estratégia do governo para aumentar a arrecadação sem pesar sobre a população de baixa renda.
No entanto, a Câmara decidiu barrar a medida, o que gerou reação imediata do Palácio do Planalto. Lula argumentou que os recursos obtidos poderiam fortalecer programas de inclusão social e políticas públicas voltadas à redução da desigualdade.
“Esse dinheiro podia ser para fazer com que a gente tivesse um pouco mais de políticas de inclusão social”, reforçou o presidente, ao lembrar que a pandemia e a inflação agravaram as desigualdades no país.
Reações e próximos passos
Embora o governo tenha sofrido derrota no Congresso, aliados de Lula afirmam que novas alternativas tributárias estão sendo estudadas pelo Ministério da Fazenda. A intenção é propor soluções que garantam equilíbrio fiscal e justiça social, sem penalizar a classe média e os trabalhadores.
