A Prefeitura do Natal, em parceria com o World Mosquito Program (WMP Brasil), o Ministério da Saúde e a Fiocruz, inaugurou nesta quinta-feira (16) a biofábrica do Método Wolbachia, no bairro Felipe Camarão. O evento marcou o início das liberações dos mosquitos com Wolbachia em 33 bairros da capital potiguar, estratégia que visa reduzir os casos de dengue, Zika e chikungunya.
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O método utiliza mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia, um microrganismo natural que impede a transmissão de vírus das arboviroses. Quando os mosquitos são liberados na natureza, eles se reproduzem com a população local, transmitindo a Wolbachia às novas gerações, tornando-os incapazes de espalhar a doença.
O secretário municipal de Saúde, Geraldo Pinho, destacou a importância da iniciativa. “Esse é um momento histórico. A biofábrica traz uma tecnologia que vai reduzir significativamente os casos de dengue, Zika e chikungunya em Natal. Saúde é prevenção e cuidado, e essa é mais uma estratégia que se soma às ações contínuas de controle vetorial”, disse.
Liberações em 33 bairros
A produção na biofábrica, com cerca de 400 m², inclui salas de triagem, larvas, tubos e estoque, além da equipe capacitada para eclosão e preparo dos mosquitos. As solturas acontecerão ao longo de 20 semanas, contemplando bairros como Alecrim, Ponta Negra, Lagoa Nova, Cidade da Esperança, Felipe Camarão, Tirol, Redinha, entre outros.
Segundo Alexandre Motta, secretário estadual de Saúde, os resultados do método podem ser observados cerca de dois anos após a finalização das liberações, reforçando o avanço da ciência no combate às doenças.
Referência internacional
O WMP é uma iniciativa global sem fins lucrativos presente em 15 países, incluindo o Brasil desde 2012. O município de Niterói (RJ) foi o primeiro a ter cobertura total pelo método, registrando redução de 89% nos casos de dengue em 2024 em comparação com os dez anos anteriores.
