Pela primeira vez em duas décadas, o número de fumantes no Brasil aumentou, interrompendo uma tendência de queda que vinha desde o início dos anos 2000. De acordo com pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, a proporção de adultos fumantes nas capitais brasileiras subiu de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024 — um crescimento de 25% em apenas um ano.
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Segundo o médico da família e comunidade Felipe Bruno da Cunha, o aumento preocupa especialistas e está diretamente ligado à popularização de novos produtos, como os cigarros eletrônicos. “Essa crescente tem relação direta com as novas formas de fumo. O cigarro eletrônico, o vape, e até o cigarro de palha têm atraído mais jovens e contribuído para esse aumento expressivo”, explicou.
Além disso, o Ministério da Saúde destacou que a reversão dessa tendência exige campanhas de conscientização e fiscalização mais rigorosa sobre a venda de dispositivos eletrônicos para menores.
Número de fumantes preocupa autoridades e especialistas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma verdadeira pandemia. O cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo, responsável por aproximadamente 8 milhões de óbitos por ano. Conforme o médico Felipe Cunha, mais de 50 tipos de doenças estão relacionadas ao fumo, incluindo problemas cardiovasculares, respiratórios e cerca de dez tipos diferentes de câncer.
“Existem inúmeros riscos associados ao cigarro, não apenas pela dependência química, mas também pelas complicações físicas que ele provoca”, ressaltou o especialista.
Além do impacto direto sobre quem fuma, os fumantes passivos também correm riscos. Cunha reforça que pessoas que convivem com fumantes têm maiores chances de desenvolver doenças crônicas, como câncer de pulmão e enfermidades cardiovasculares. “Por isso, é fundamental buscar ajuda médica e tentar abandonar o vício o quanto antes”, alertou.
