O presidente chinês, Xi Jinping, defendeu a criação de um órgão global de IA durante a reunião de líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) neste sábado (1). A proposta busca posicionar a China como protagonista mundial na governança da inteligência artificial e contrapor a influência dos Estados Unidos nesse campo.
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Em discurso publicado pela agência estatal Xinhua, Xi afirmou que a inteligência artificial é essencial para o futuro do desenvolvimento humano e deve ser usada “para o benefício das pessoas em todos os países e regiões”. Segundo ele, uma Organização Mundial de Cooperação em Inteligência Artificial poderia estabelecer regras de governança e ampliar a colaboração entre as nações.
Além disso, as autoridades chinesas sugeriram que a sede da nova instituição poderia ser instalada em Xangai, um dos principais centros tecnológicos e financeiros do país.
China busca protagonismo na governança da IA
Enquanto os Estados Unidos resistem à criação de entidades internacionais para regulamentar a IA, Xi Jinping aposta em um modelo de cooperação multilateral, que reforça a imagem da China como defensora do diálogo e do desenvolvimento conjunto.
O presidente americano Donald Trump não participou da cúpula, deixando o evento após uma reunião bilateral com Xi. No encontro, os dois líderes chegaram a um acordo temporário para aliviar restrições comerciais e tecnológicas impostas entre as duas maiores economias do mundo.
Por outro lado, analistas apontam que Xi aproveitou a ausência de Trump para reforçar o papel chinês como alternativa à liderança tecnológica dos EUA. Embora empresas americanas, como a Nvidia, dominem o mercado de chips avançados, a chinesa DeepSeek lançou modelos mais baratos, em uma estratégia que Pequim chama de “soberania algorítmica”.
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Durante a reunião, os líderes da Apec também aprovaram uma declaração conjunta sobre o avanço da inteligência artificial e sobre os desafios do envelhecimento populacional. Xi aproveitou o encontro para pedir a livre circulação de tecnologias verdes, incluindo baterias e painéis solares — setores em que a China tem ampla vantagem produtiva.
O evento foi realizado em Gyeongju, na Coreia do Sul, e marcou mais um passo na tentativa de Pequim de consolidar sua influência na Ásia. A próxima cúpula da Apec será realizada em Shenzhen, em 2026 — cidade que, segundo Xi, “passou de vila de pescadores a polo global de inovação”.






















































