O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou forte preocupação com o avanço das mudanças climáticas e fez um apelo aos líderes mundiais para que renovem o compromisso com o Acordo de Paris. Durante a última sessão da Cúpula do Clima, realizada nessa sexta-feira (7), em Belém (PA), o presidente afirmou que o mundo ainda está distante de atingir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C.
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“O mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris. O que nos cabe perguntar é: estamos realmente fazendo o melhor possível? A resposta é: ainda não”, declarou Lula, ao cobrar ações mais concretas de todos os países signatários.
Segundo o presidente, regiões como América Latina, Ásia e África correm o risco de se tornarem inabitáveis nas próximas décadas. Ele alertou também para o desaparecimento de ilhas inteiras no Caribe e no Pacífico devido à elevação do nível do mar.
Compromisso do Brasil e medidas urgentes
Durante o discurso, Lula destacou a importância de revitalizar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) — planos apresentados por cada país para reduzir emissões e mitigar o aquecimento global. De acordo com ele, cem países já entregaram suas metas, mas o planeta ainda caminha para um aquecimento de 2,5°C.
“No que depender do Brasil, Belém será o lugar onde renovaremos nosso compromisso com o Acordo de Paris”, afirmou o presidente, reforçando o papel do país como líder na pauta ambiental internacional.
Além disso, Lula defendeu que a COP na Amazônia reconheça o papel dos povos indígenas e comunidades tradicionais na preservação ambiental. Conforme o presidente, esses grupos desempenham um papel essencial na mitigação das mudanças climáticas e devem ser parte central das políticas globais de proteção.
Financiamento climático e taxação de fortunas
O presidente também destacou a urgência de garantir recursos para o enfrentamento da crise climática. Ele citou o Mapa do Caminho Baku-Belém, que busca mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano para mitigação e adaptação.
Segundo Lula, é injusto que países em desenvolvimento arquem com juros para combater os efeitos do aquecimento global. “Não faz sentido ético ou prático demandar a países pobres que paguem por uma crise que não criaram”, afirmou, propondo trocas de dívida por ações climáticas e novas formas de financiamento sustentável.
Por outro lado, o presidente defendeu a taxação de grandes fortunas e das corporações multinacionais como medida para custear políticas ambientais. “O indivíduo pertencente ao 0,1% mais rico do planeta emite, em um dia, mais carbono do que os 50% mais pobres durante o ano inteiro. É legítimo exigir uma maior contribuição”, pontuou.
Multilateralismo e esperança no futuro
Encerrando o discurso, Lula reiterou a necessidade de fortalecer o multilateralismo e sugeriu a criação de um Conselho do Clima na ONU. “A Terra é única, a humanidade é uma só, e a resposta tem que vir de todos para todos”, declarou.






















































