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Senado aprova aumento de penas e tornozeleira em casos de crimes sexuais

Foto: Freepik

O Plenário do Senado aprovou, na terça-feira (11), o projeto que aumenta as penas por crimes sexuais contra vulneráveis, autoriza a extração de DNA de acusados e obriga o uso de tornozeleira eletrônica em saídas autorizadas do presídio. O texto segue agora para sanção presidencial.

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A proposta (PL 2.810/2025) foi analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em julho e, após alterações na Câmara, retornou ao Senado. A matéria recebeu parecer favorável na Comissão de Direitos Humanos (CDH), sob relatoria da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), e teve como relator no Plenário o senador Alessandro Vieira (MDB-SE).

Proteção às vítimas e medidas protetivas

O relator Alessandro Vieira destacou que o projeto acelera a concessão de medidas protetivas e garante atendimento psicológico especializado às vítimas. Segundo ele, o Estado precisa reforçar o compromisso de defender as vítimas e combater os agressores dentro dos limites da lei.

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“A proteção integral de crianças e adolescentes é um dever constitucional do Estado, da família e da sociedade”, afirmou o senador.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) também celebrou a aprovação, afirmando que o projeto é “essencial para resguardar as vítimas”. Já a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) destacou o caráter simbólico da iniciativa e anunciou que o Senado vai inaugurar a primeira Sala Lilás do mundo em uma casa legislativa — um espaço de acolhimento a mulheres vítimas de violência.

Perfil genético e exame criminológico

O texto reinclui trechos retirados pela Câmara, como a extração de DNA de acusados de crimes sexuais durante a prisão cautelar, a fim de reforçar a identificação criminal. Além disso, o condenado só poderá passar para um regime mais brando se o exame criminológico indicar que não há risco de reincidência.

Responsabilidade das big techs

O projeto também prevê que empresas de tecnologia devem remover conteúdos de exploração sexual, abuso ou aliciamento e comunicá-los às autoridades. No entanto, foi retirada a obrigação de excluir material sem ordem judicial, medida considerada arriscada por gerar insegurança jurídica em relação ao ECA Digital.

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Penas mais rigorosas para crimes sexuais

As punições para crimes contra vulneráveis foram endurecidas:

  • Estupro de vulnerável: 10 a 18 anos de prisão (antes, até 15 anos).

  • Estupro com lesão grave: 12 a 24 anos (antes, 8 a 12).

  • Estupro com morte: 20 a 40 anos (antes, 12 a 30).

  • Corrupção de menores: 6 a 14 anos (antes, 1 a 4).

  • Ato sexual na presença de menor: 5 a 12 anos (antes, 2 a 5).

  • Exploração sexual de menor: 7 a 16 anos (antes, 4 a 10).

  • Divulgação de cenas de estupro: 4 a 10 anos (antes, 1 a 5).

Para o relator, o endurecimento das penas tem função preventiva e simbólica, reforçando o repúdio a práticas de abuso sexual.

Tornozeleira eletrônica e campanhas educativas

O projeto também altera a Lei de Execução Penal, determinando que condenados por feminicídio usem tornozeleira eletrônica sempre que obtiverem permissão para deixar o presídio.

Além disso, a União, estados e municípios deverão atuar em conjunto para coibir castigos físicos e tratamentos cruéis contra crianças e adolescentes. A proposta inclui ainda campanhas educativas sobre direitos da infância e adolescência voltadas para escolas, unidades de saúde, centros culturais e entidades esportivas.

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