O Brasil realizará, no próximo dia 22 de novembro, o primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir de seu território. O evento marca a entrada do país no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novas possibilidades de investimento e geração de renda no setor, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB).
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O lançamento faz parte da Operação Spaceward 2025, responsável por colocar em órbita o foguete sul-coreano HANBIT-Nano, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. A bordo estarão cinco satélites e três experimentos desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia.
Iniciativa privada ganha espaço
Antes restrito a órgãos públicos civis e militares, o setor espacial brasileiro começa a atrair a iniciativa privada, movimento conhecido como “new space”. Essa nova fase segue a tendência internacional liderada por nomes como Elon Musk e Jeff Bezos.
O lançamento do próximo dia 22 servirá para testar a integração de satélites e experimentos com o foguete, garantindo compatibilidade e segurança durante o voo.
Segundo a FAB, “nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil – satélites e experimentos – e o veículo lançador”.
Centro de Lançamento de Alcântara
Com uma área equivalente a 40% da cidade de São Paulo, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é considerado um dos locais mais estratégicos do mundo para lançamentos espaciais, devido à sua proximidade com a Linha do Equador.
Essa posição geográfica reduz o consumo de combustível e aumenta a capacidade de carga útil dos foguetes. Além disso, o local apresenta baixo risco de desastres naturais e pouco tráfego aéreo, fatores que tornam as operações mais seguras.
Construído próximo à costa, o centro garante que eventuais destroços de veículos lançadores caiam no mar, minimizando riscos à população. Das 62 mil hectares que compõem o território, apenas 15% concentram as instalações principais.
Tragédia marcou a história
Em 22 de agosto de 2003, o CLA foi palco de um dos maiores acidentes aeroespaciais do Brasil. Um incêndio destruiu a Torre Móvel de Integração durante os preparativos da Operação São Luís, que lançaria o foguete VLS-1.
O acidente causou a morte de 21 técnicos e engenheiros civis do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em São José dos Campos (SP). Desde então, o país vem investindo em segurança e tecnologia para retomar sua posição no setor aeroespacial.






















































