A vereadora Brisa Bracchi (PT) afirmou que o relatório que recomenda a cassação de seu mandato é injusto e ignora pontos essenciais da defesa. A declaração foi dada durante entrevista ao programa Radar 95, da 95 Mais FM, nesta sexta-feira (14).
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Segundo Brisa, o relatório ignora defesa, especialmente depoimentos e documentos apresentados durante a fase de instrução do processo. A parlamentar é investigada por supostamente usar R$ 18 mil de emenda impositiva para financiar o evento Rolé Vermelho, apontado como de caráter político.
Relatório ignorou depoimentos, diz vereadora
Brisa afirmou que o relator, vereador Fulvio Saulo (Solidariedade), desconsiderou o depoimento do fiscal da Funcarte, que teria afirmado não ter visto símbolos partidários no evento financiado pela emenda.
Ela também destacou que a própria Prefeitura e a Câmara Municipal confirmaram a ausência de normativa específica que regulasse o uso das emendas parlamentares. Segundo a vereadora, isso mostra que não havia regra detalhada sobre práticas permitidas ou proibidas.
Além disso, Brisa criticou a celeridade na elaboração do parecer final. Ela lembrou que entregou as alegações finais na quarta-feira (12) e, em menos de 24 horas, o relatório já havia sido finalizado e vazado à imprensa.
Parlamentar aponta inconsistências
A vereadora classificou como “grave” o trecho do relatório que afirma que ela teria sido alertada pela Funcarte sobre a utilização da emenda. Segundo Brisa, a própria advogada da fundação afirmou em depoimento que o parecer não foi enviado ao mandato, mas à gestão da entidade.
Ela ainda revelou que documentos essenciais do processo da Funcarte só foram disponibilizados ao seu mandato após o início da investigação, o que dificultou o acesso às informações.
Votação ainda indefinida
Brisa disse estar em diálogo com vereadores que ainda não definiram seu voto e criticou uma suposta bancada “mais extremista”, que, segundo ela, se recusa a dialogar.
Sobre as especulações de que já existiria maioria para aprovar a cassação, a vereadora afirmou que não confia nos números que circulam e reforçou que muitos parlamentares ainda avaliam o relatório.
Próximos passos
A votação do relatório deve ocorrer na próxima semana, em sessão que pode ser convocada para terça ou quarta-feira. Se o parecer for aprovado, a Câmara declarará a vacância do cargo, comunicando o TRE-RN, que deverá convocar a suplente Júlia Arruda para assumir o mandato.
Brisa considera que, mesmo se os vereadores entenderem que houve algum erro, a pena de cassação é “extremamente desproporcional”.
