O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca na manhã desta sexta-feira (21) em Joanesburgo, na África do Sul, onde participa da Cúpula de Líderes do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo. O encontro será no fim de semana.
Neste ano, quem preside o grupo é a África do Sul, com um mandato que se encerra oficialmente em 30 de novembro, quando os Estados Unidos assumirão a presidência rotativa.
Com o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, o governo sul-africano elencou quatro prioridades para esta edição do G20: o fortalecimento da resiliência e capacidade de resposta à desastres; a sustentabilidade da dívida pública de países de baixa renda; a mobilização de recursos para uma transição energética justa e os minerais críticos.
Todos os temas, que estão sendo discutidos pelos países-membros, são avaliados como positivos pelo governo brasileiro. Para fontes do Ministério das Relações Exteriores, no entanto, a predileção do Brasil é pela temática da sustentabilidade da dívida pública para os países em desenvolvimento.
Existe, ainda, um interesse específico nos minerais críticos, já que o Brasil possui depósitos em estados como Goiás, Minas Gerais e Bahia e que esses elementos interessam a países como os Estados Unidos, com quem o Brasil tenta negociar a reversão do tarifaço aplicado em julho.
Neste ano, além dos países-membros, foram convidados para a Cúpula do G20 Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Irlanda, Nigéria, Noruega, Países Baixos e Singapura.
Programação e declaração final
Estão previstas duas sessões temáticas durante a Cúpula de Líderes no sábado (22) e uma no domingo (23). No sábado, serão discutidos o crescimento econômico sustentável e questões como gestão de riscos de desastres, mudanças climáticas e transição energética.
Já no domingo, último dia do encontro, as discussões serão voltadas ao tema “Futuro Justo e Equitativo para Todos”. O presidente Lula estará nas três sessões e, ao longo do fim de semana, ainda vai participar de encontros bilaterais com outros líderes.
O principal documento da cúpula será a declaração de líderes, que está em negociação e deve ser finalizada até domingo. Também há a expectativa da divulgação de um marco sobre minerais críticos – o que deve acontecer pela primeira vez na história do G20 -, além de uma declaração sobre sustentabilidade da dívida pública.
Mas nem tudo está saindo como o Brasil gostaria. A ausência de países como os Estados Unidos, que faz parte do grupo mas não vai comparecer ao encontro, preocupa as autoridades brasileiras. Isso porque, fora da Cúpula de Líderes, os norte-americanos já estão se opondo à construção de uma declaração final.
A posição do Brasil é a mesma da África do Sul: de que é preciso que haja uma declaração, até para que se siga a tradição do grupo. Ainda assim, fontes do Palácio do Itamaraty afirmam que as posições de muitos países sobre o assunto seguem em aberto.
