O poeta e tradutor Leonardo Fróes morreu aos 84 anos, conforme informou a Editora 34 nesta sexta-feira (21). A editora não divulgou a causa da morte. A notícia gerou grande comoção no meio literário, já que Fróes influenciou várias gerações de leitores e escritores. Além disso, sua obra permanece entre as mais respeitadas da poesia brasileira contemporânea.
A Editora 34 destacou que Fróes levou uma vida simples e muito próxima da natureza. Por essa razão, sua poesia nasceu da convivência direta com o ambiente ao redor, o que se tornou uma marca pessoal do autor. Em 2021, a editora publicou “Poesia reunida (1968-2021)”, coletânea que reúne toda a produção poética do escritor e traduções recentes de Virginia Woolf.
Formação, traduções e contribuições científicas
Nascido em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, Leonardo Fróes trabalhou como jornalista, editor e tradutor. Ao longo da carreira, ele traduzou autores como Virginia Woolf, George Eliot e Percy Bysshe Shelley, o que o tornou referência na tradução literária.
Depois de períodos de formação em Nova York e na Europa, ele decidiu, no início da década de 1970, mudar-se para um sítio em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A partir desse momento, passou a dedicar sua rotina à escrita, ao cultivo da terra e à recuperação da mata nativa. Assim, aprofundou ainda mais sua relação com o meio ambiente.
Em 1996, Leonardo Fróes recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia pelo livro “Argumentos invisíveis”. Além disso, conquistou prêmios como tradutor pela Fundação Biblioteca Nacional, pela Academia Brasileira de Letras e pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
Legado na literatura e na divulgação científica
O autor também se dedicou ao montanhismo e ao estudo da natureza. Nesse contexto, traduziu livros importantes da área científica, como “Tukaní”, do ornitólogo Helmut Sick, e “Naturalista”, do biólogo Edward O. Wilson. Desse modo, ampliou sua contribuição para a divulgação científica no Brasil.
Leonardo Fróes deixa uma obra sólida, diversa e profundamente conectada à natureza. Seu legado permanece vivo tanto na literatura quanto entre leitores que encontram em seus versos um convite ao silêncio, ao cuidado e à contemplação.
