O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma possível ação militar dos Estados Unidos na Venezuela representaria uma catástrofe humanitária. Durante discurso na abertura da Cúpula do Mercosul, neste sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR), Lula alertou para os riscos geopolíticos da presença militar de potências externas na América do Sul. Desde já, o posicionamento do presidente reforçou a defesa da soberania regional e do respeito ao direito internacional.
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Segundo Lula, o continente volta a enfrentar tensões semelhantes às vividas durante a Guerra das Malvinas. Conforme destacou, uma intervenção armada na Venezuela criaria um precedente perigoso para o mundo. Além disso, o presidente afirmou que os limites do direito internacional estão sendo testados, o que, sem dúvida, exige cautela e diálogo entre as nações.
Lula: intervenção Venezuela domina discurso no Mercosul
Durante a fala, Lula também abordou o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, negociado há mais de 25 anos. Embora o encontro previsse a assinatura do tratado, um pedido da Itália adiou a decisão para o início de 2026. No entanto, o presidente demonstrou insatisfação com a falta de consenso europeu. “Sem vontade política e coragem dos dirigentes, não será possível concluir uma negociação que se arrasta por 26 anos”, afirmou.
Por outro lado, Lula ressaltou que o Mercosul continuará buscando novos parceiros comerciais. Segundo ele, o mundo demonstra interesse em firmar acordos com o bloco sul-americano. Assim, o Brasil pretende avançar em negociações que não se concretizaram em gestões anteriores, ampliando a presença do Mercosul no comércio global.
Além disso, o vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou, na sexta-feira (19), a expectativa de que o adiamento seja curto. Conforme explicou, o acordo é estratégico não apenas para o Mercosul e a União Europeia, mas também para o equilíbrio do comércio internacional. No entanto, o pacto enfrenta resistência de agricultores europeus, o que dificulta o avanço imediato.
Alckmin também destacou negociações em andamento com outros países. Segundo ele, o Brasil busca ampliar linhas tarifárias com o México, além de avançar em acordos com Índia, Canadá e Emirados Árabes Unidos. Como resultado, o governo aposta na diversificação de mercados para fortalecer a economia brasileira.
