A jovem Alicia Veiga, condenada por desviar quase R$ 1 milhão de uma festa de formatura da Universidade de São Paulo (USP), conseguiu o registro de médica.
A informação consta no site do Conselho Federal de Medicina (CFM), que aponta que o cadastro está ativo e regular desde 26 de dezembro de 2024. A jovem foi condenada pela Justiça de São Paulo a cinco anos de reclusão em regime semiaberto, por estelionato, em julho do ano passado.
A sentença também determinou o pagamento de indenização às vítimas, no mesmo valor do prejuízo causado. O caso veio à tona quando a suspeita, que era presidente da comissão de formatura da turma, disse que tinha perdido todo o dinheiro. Na época, Alicia alegou ter aplicado dinheiro em uma corretora de investimentos e ter sido enganada pela empresa. Uma das vítimas registrou a ocorrência e o caso foi parar na polícia.
Relembre o caso
A aluna da USP, Alicia Dudy Muller Veiga, foi acusada de desviar quase R$ 1 milhão do fundo de formatura de colegas em 2023. A estudante era presidente da comissão que organizaria o evento e nunca registrou um estatuto elaborado pelos estudantes, que obrigava a assinatura prévia dela, do vice-presidente, do tesoureiro, além de, no mínimo, mais dois membros da comissão, autorizando qualquer transferência bancária para as respectivas contas pessoais.
O promotor responsável pela denúncia, Fabiano Pavan Severiano, traçou uma linha cronológica das ações de Alicia. De acordo com o documento, no dia 17 de novembro de 2021 a estudante entrou em contato com a empresa responsável pela festa de formatura, A. S. Formaturas, solicitando a transferência de todo o dinheiro disponível naquele momento. A operação bancária aconteceu, com consentimento dos alunos, no dia 25 do mesmo mês.
Além disso, o ofício traz todas as transferências que foram realizadas ao longo de 2022 para o nome da golpista. Já nesse caso, a estudante começou a ocultar de seus colegas que continuava a receber os valores da empresa, além de estar usando o dinheiro em benefício próprio.
Ela ainda tentou resgatar mais dinheiro em 2023, mas não obteve sucesso, pois as vítimas já haviam descoberto o golpe. Antes, Alicia foi indiciada pela Polícia Civil por apropriação indébita, mas o Ministério Público não concordou com a prisão da jovem neste termo legal e pediu que o inquérito retornasse à delegacia.