A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou ao Ministério da Saúde que não incorpore ao sistema público os medicamentos à base de liraglutida e semaglutida, conhecidos como canetas emagrecedoras.
Leia também:
Receita retida: venda de canetas emagrecedoras muda nas farmácias
O pedido havia sido feito pela farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do Wegovy. Segundo o ministério, as decisões levam em conta evidências científicas de eficácia, segurança e custo-efetividade. O impacto financeiro estimado seria de R$ 8 bilhões por ano.
Produção nacional em andamento
Apesar da decisão, o governo destacou dois acordos firmados entre a Fiocruz e a farmacêutica EMS para a produção nacional desses medicamentos. A iniciativa prevê a transferência de tecnologia da síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do medicamento final para Farmanguinhos.
De acordo com o ministério, ampliar a oferta de genéricos fortalece a concorrência, reduz preços e pode facilitar futuras incorporações ao SUS.
Controle mais rígido
Desde junho, farmácias e drogarias passaram a reter receitas de canetas emagrecedoras, medida definida pela Anvisa para restringir o uso indiscriminado. A regra vale para medicamentos que utilizam agonistas GLP-1, como liraglutida, semaglutida, dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida.
A agência informou que a decisão busca proteger a população após aumento de eventos adversos relacionados ao uso fora das indicações médicas.
Uso indiscriminado preocupa entidades
Sociedades médicas como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade já defendiam a retenção das receitas.
Em nota, as entidades alertaram que a venda irregular sem receita médica é comum e que a automedicação pode expor a população a riscos graves, além de dificultar o acesso de pacientes que realmente necessitam do tratamento.
