Agosto mantém baixos índices de queimadas no Brasil em 2025, segundo dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O levantamento, atualizado até o dia 22, revelou o menor número de focos desde 2019. Ao todo, foram 39.740 registros contra 97.742 no mesmo período de 2024, o que representa queda de 59%.
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O resultado é expressivo porque agosto ocorre no auge do período seco, entre maio e outubro. Ainda assim, a redução se manteve em quase todos os estados. Apenas 9 das 27 unidades federativas tiveram aumento, entre elas Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul, que superaram mil focos cada. Mesmo com a queda acentuada de 69%, o Mato Grosso seguiu no topo da lista, com 5.760 focos, seu segundo melhor resultado histórico.
Agosto mantém baixos índices de queimadas apesar da seca
Entre as razões para a melhora, especialistas do Mapbiomas destacam o retorno das chuvas e o uso menos frequente do fogo na preparação de terrenos, sobretudo na Amazônia. Em julho, o Cerrado concentrou metade da área queimada do país, com 1,2 milhão de hectares. Já a Amazônia teve 1,1 milhão de hectares afetados no período de janeiro a julho, uma redução de 70% em relação ao ano passado, também o menor índice desde 2019.
Em São Paulo, por exemplo, a Defesa Civil registrou queda de 75% nos focos na primeira quinzena de agosto. O estado investiu em monitoramento e equipes de resposta, somados a condições climáticas mais favoráveis. Ainda assim, cerca de 50 municípios paulistas enfrentaram umidade relativa abaixo dos 20%. Em Ituverava, no norte do estado, o índice chegou a 11%, o mais baixo do mês.
No entanto, a situação climática exige atenção. Conforme a Agência Nacional de Águas (ANA), a seca se intensificou em julho em 14 estados, especialmente no Nordeste, onde a Caatinga voltou a registrar Seca Extrema, o segundo pior nível da escala.
