O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, participou, nesta quarta-feira (3), do primeiro dia de reuniões da missão empresarial comandada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos Estados Unidos. Ele considera promissora a missão no sentido de abrir canais de diálogo para reverter ou reduzir as taxas adicionais de importação sobre produtos brasileiros impostas pelo governo dos Estados Unidos.
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“É um gesto importante da indústria brasileira, de se aproximar aos pares americanos em respeito à relação de parceria de mais de dois séculos. É também um momento de abertura de canais, de comunicação objetiva, comercial, econômica e técnica, independente de todo o cenário político”, afirma Serquiz.
“A indústria brasileira está se manifestando e buscando os caminhos para uma melhor equação nos resultados das tratativas da indústria com o governo americano referentes ao tarifaço”, completa o presidente da FIERN.
Cerca de 130 empresários e representantes de associações de setores industriais participam da missão, incluindo o presidente do Sindicato da Indústria da Pesca do RN (SINDIPESCA-RN), Arimar França. A agenda inclui reuniões com empresários e parlamentares norte-americanos, encontros bilaterais com instituições parceiras e uma plenária com representantes do setor público e privado dos dois países para fortalecer o diálogo e avaliar os impactos comerciais e estratégias para aprofundar a parceria econômica entre os dois países.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, aponta que a intenção é manter a firme e propositiva relação de mais de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos. “Nosso propósito com esta missão é aprofundar o diálogo e contribuir para as negociações, por meio de argumentos técnicos que demonstrem a relevância e as vantagens mútuas dessa parceria para os dois países. As economias brasileira e americana são complementares”, ressalta.
Entre os compromissos do primeiro dia de missão, a CNI participou da audiência pública relacionada ao processo aberto pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite investigar se políticas ou práticas de outros países são injustas, discriminatórias ou restritivas ao comércio norte-americano. O embaixador Roberto Azevêdo, consultor da Confederação, fez um pronunciamento defendendo que Brasil não adotou atos, políticas ou práticas injustificáveis que tenham onerado ou restringido o comércio.
“A noção de que o Brasil está agindo deliberadamente de forma a prejudicar os Estados Unidos é totalmente infundada. Simplesmente não há evidências de que os atos, políticas e práticas em questão discriminem ou prejudiquem injustamente as empresas americanas. Ao contrário, os fatos mostram que as empresas americanas, em geral, se beneficiaram das políticas brasileiras”, enfatizou Roberto Azevêdo.
Na terça-feira (2), a comitiva da CNI se reuniu com a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti, para discutir estratégias que contribuam para negociações contra o tarifaço. Além de Roberto Serquiz e Ricardo Alban, participaram da reunião dirigentes das federações das indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Paraná (FIEP), Paraíba (FIEPB), Rio de Janeiro (FIRJAN), Santa Catarina (FIESC) e São Paulo (FIESP), e o embaixador Roberto Azevêdo.
