A Terra registrou o terceiro setembro mais quente da história, segundo dados do Observatório Europeu Copernicus, divulgados nesta quinta-feira (9). A temperatura média global atingiu 16,11°C, ficando 1,47°C acima do período pré-industrial (1850–1900) e apenas 0,27°C abaixo do recorde histórico, registrado em 2023.
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O calor extremo foi sentido principalmente na Europa, onde a média foi de 15,95°C, 1,23°C acima da média histórica. Em outras regiões, as temperaturas ficaram acima do normal no Canadá, Groenlândia, noroeste da Sibéria e partes da Antártida.
Oceanos e derretimento das geleiras
Nos oceanos, a temperatura média da superfície marítima atingiu 20,72°C, a terceira maior já registrada para setembro. Esse aquecimento contribuiu para o derretimento das geleiras:
No Ártico, a extensão média de gelo ficou 14% abaixo da média de 1991–2020;
Na Antártida, o gelo ficou 5% abaixo da média.
“O contexto da temperatura global permanece o mesmo, com medições teimosamente altas em terra e na superfície do mar, refletindo a influência contínua dos gases de efeito estufa”, afirmou Samantha Burgess, estrategista climática do Copernicus.
COP30 em Belém
A divulgação do relatório ocorre poucas semanas antes da COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro.
O encontro tem como objetivo definir novas metas para conter a crise climática e acelerar a transição energética global, em busca de limitar o aumento da temperatura média a 1,5°C até 2100, conforme o Acordo de Paris.
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a conferência deve reunir 40 mil visitantes, sendo cerca de 7 mil integrantes da “família COP”, formada por equipes da ONU e delegações internacionais. Entre os países confirmados estão Japão, Espanha, Noruega, Portugal, Arábia Saudita, Egito, Congo e Singapura.
