a Marcha Mundial pelo Clima promete levar milhares de pessoas às ruas de Belém, neste sábado (15), em um dos maiores atos populares paralelos à COP30. A mobilização reúne movimentos sociais, coletivos populares e integrantes da Cúpula dos Povos, além da COP das Baixadas, que ocorre simultaneamente na capital paraense.
Leia também:
Interiorização da carcinicultura tem nova lei sancionada no RN
Marcha Mundial pelo Clima e mobilização global
Segundo a organização, representantes de todos os continentes confirmaram presença, o que reforça a dimensão internacional do ato. Além disso, comunidades paraenses terão participação expressiva, já que, conforme lideranças locais, a presença social em Belém simboliza a retomada do protagonismo civil em debates climáticos globais.
A marcha culminará no lançamento de uma carta da Cúpula dos Povos, documento que reúne reivindicações como demarcação de territórios tradicionais, financiamento robusto para uma transição justa e ações efetivas de mitigação e adaptação climática. Como resultado, o texto deve circular entre lideranças políticas e delegações da COP30 ao longo da próxima semana.
Durante a semana, protestos diversos ocuparam Belém. Em contraste com edições anteriores da conferência realizadas em países com pouca abertura democrática, a cidade viu forte presença de movimentos indígenas, extrativistas e periféricos. Em alguns atos, houve tensão entre manifestantes e equipes de segurança na Zona Azul, área oficial de negociações.
Ainda antes disso, povos extrativistas marcharam pedindo reconhecimento de sua contribuição para proteção ambiental. Indígenas Munduruku, por exemplo, conseguiram se reunir com autoridades brasileiras após protesto na entrada principal da COP30, evidenciando a pressão crescente por respostas institucionais.
Segundo a organização do ato deste sábado, lideranças indígenas, amazônicas, comunitárias e representantes do setor público e privado estarão lado a lado no percurso. Além disso, oficinas de estandartes, cortejos culturais e bonecos infláveis gigantes inspirados em personagens da cultura local acompanharão o trajeto entre o Mercado São Brás e a Aldeia Amazônica.
Neste ano, o tema escolhido — Lutar e Resistir contra os Predadores da Vida Disfarçados de Progresso — destaca os impactos ambientais de desastres climáticos. Assim, o tom da marcha deve ser de forte denúncia e cobrança política.
Para Carol Santos, do Engajamundo, o momento é decisivo. Já para Anais Cordeiro, do Comitê Chico Mendes, a mobilização evidencia a articulação de povos indígenas e comunidades tradicionais nas negociações da COP30.
Lygia Nassar, do Laboratório da Cidade, afirma que a cooperação internacional será determinante para uma governança climática eficiente. E, segundo Marcos Wesley, do Comitê COP30, a pressão popular é essencial para sensibilizar os negociadores.
Cerca de cem organizações contribuíram para o documento Nossa Chance para Adiar o Fim do Mundo, que será apresentado na conferência. Segundo os organizadores, o conteúdo reúne mais de 30 propostas construídas de forma coletiva.
A Cúpula dos Povos segue até domingo (16), no campus da UFPA, onde o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, deverá receber formalmente as demandas populares — etapa considerada estratégica para influenciar as decisões da conferência.






















































