“É uma injustiça que roubou nossa vida”. A declaração é de Júlia Eulália, irmã do ex-policial Pedro Inácio , suspeito de matar a estudante Zaira Cruz, 22 anos, no Carnaval de 2019, no município de Caicó. Ela concedeu entrevista exclusiva ao repórter Rogério Fernandes que foi exibida no Patrulha da Cidade desta segunda-feira (3).
Acompanhada da mãe Ozaneide Ribeiro, Júlia Eulália disse que a família vive um pesadelo e que a prisão do seu irmão, o policial militar Pedro Inácio Araújo de Maria, é injusta. “É um sofrimento que acompanha a gente todos os dias. A gente não tem mais paz porque tudo isso é um absurdo”, disse Júlia afirmando que “o irmão está psicologicamente abalado”.
Neste domingo, enquanto todos os brasileiros exerciam o direito à democracia, mãe e irmã foram visitar Pedro Inácio no Comando Geral da Polícia Militar onde o policial está preso desde 2019. De acordo com Júlia, devido à prisão, o irmão perdeu os últimos três anos de convívio com o pai que morreu há um ano. “Toda essa situação fez com que meu pai piorasse muito”, declarou.
Confiante na inocência do irmão, Júlia deixa uma mensagem para a mãe da estudante Zaira Cruz, Ozanete Dantas: “Não temos como trazer a filha dela volta, mas posso garantir que nada disso aconteceu: a filha dela não foi agredida, não foi asfixiada, nem estuprada. E que rezamos por ela também”, afirma Júlia que acrescenta: “meu irmão seria incapaz de fazer isso com qualquer pessoa não faria com a Zaira que era uma menina que ele tinha carinho por ela”.
Ao final da entrevista, Júlia desabafa: “Isso é um pesadelo que está acabando com a nossa vida, mas a gente tem que seguir adiante como se nada tivesse acontecendo. Temos que fingir que está bem para trabalhar, fingir que está bem para cuidar da minha filha. Sabendo que uma pessoa que você ama está presa injustamente. Tenho uma educação que, se meu irmão tivesse feito isso, eu não estaria do lado dele”, assegura Júlia Eulália.