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Prodeter estimula avicultura caipira e diversifica economia no RN

Foto: Ranilson Teixeira

Pouco investimento, baixo consumo de água, fácil mão de obra e que gere segurança alimentar. Esses são alguns atributos que classificam a avicultura caipira como uma importante cadeia produtiva no Rio Grande do Norte. A produção de galinhas e ovos caipiras têm aumentado entre os agricultores familiares como uma forma de complementar a renda.

Esse é o caso de Fábio Soares que mora no sítio Cacimba Nova, comunidade de Santa Cruz, município distante cerca de 130 quilômetros de Natal, localizado na Região Trairi. A tristeza em não ter água e alimentos suficientes para dar aos bovinos, especialmente na época de estiagem e, consequentemente, aumentar a produção de leite, da qual dependia financeiramente, fez com que Fábio ampliasse o leque de possibilidades e investisse também na avicultura.

Foto: Maurício Teixeira

Em 2019, o produtor conheceu o Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), coordenado pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), e resolveu acreditar. “Veio na hora certa, pois consigo minha renda e dá para me manter aqui”, destacou o avicultor que mora no sítio com a família há quase 50 anos.

O objetivo do Prodeter é potencializar a competitividade das atividades produtivas regionais, além da integração das políticas públicas necessárias para o desenvolvimento sustentável e fortalecimento da economia local. Seis municípios integram o program: Coronel Ezequiel, Jaçanã, Santa Cruz, São Bento do Trairi, Serra Caiada, e Tangará.

O Plano de Ação do Prodeter na Região Trairi foi elaborado, aliado a outros parceiros, para a área de avicultura de corte e postura, pois vários agricultores familiares trabalhavam indiretamente com a venda de aves/ovos para complementar a renda da família.

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Além de cooperar com o lucro dos agricultores familiares, o Prodeter contribui para minimizar o êxodo rural. O então bovinocultor Fábio Soares estava prestes a ir embora da comunidade Cacimba Nova quando entrou no programa. “Eu estava decidido a sair daqui quando entrei no Prodeter e minha vida mudou. Hoje a nossa principal fonte de renda é a avicultura”, conta.

Assim como Fábio, outras 59 pessoas viram no programa uma possibilidade de melhorar suas vidas. A aposentada Francisca Gomes, 69 anos, é uma delas. A avicultora sempre gostou de galinhas e criava por amor, mas nunca pensou em unir esse sentimento ao lado financeiro.

 

Foto: Ranilson Oliveira

Um dos problemas enfrentados pelos avicultores era a falta d’água nas comunidades, contudo diversos poços tubulares foram instalados nas comunidades pela Prefeitura Municipal de Santa Cruz, com objetivo de reduzir a escassez hídrica.

Segundo o agente de desenvolvimento do Banco do Nordeste de Santa Cruz, José Carlos Martins, a avicultura caipira foi escolhida para integrar o Prodeter na Região Trairi porque muitos agricultores familiares trabalhavam com a cadeia produtiva com o propósito de complementar o salário. “Como coordenador do programa, o banco articula as parcerias para desenvolver o trabalho e financia os projetos”, assegura.

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O Plano de Ação Territorial do Prodeter da Região Trairi foi elaborado para quatro anos 2019/2023. Até o final de 2022 o BNB já havia investido no programa mais de R$ 6,5 milhões com aquisição de equipamentos, construção de aviários e custeio de insumos.

Um dos parceiros é o Sebrae do qual a engenheira agrônoma Ana Carolina Carvalho faz parte como consultora. Ela também é membro da Associação de Produtores de Aves Caipiras da Região Trairi (Apac). “Quando começamos a trabalhar a avicultura caipira com esse público foi justamente para ajudar aos produtores que têm essa dificuldade hídrica nas propriedades para diversificar o ganho”, explica.

Para comercializar a produção, os 60 agricultores integrantes do programa contam com o apoio da Cooperativa Agropecuária Cacho de Ouro (Coopercacho) que tem um total de 118 associados. “Devido à crise econômica, fortalecida pela pandemia dos últimos anos, muitos agricultores desistiram e foram trabalhar em outros estados”, garante Expedito Alexandre Pontes, presidente da Coopercacho.

O trabalho da cooperativa é fazer a integração entre o mercado e o avicultor. Segundo Alexandre, atualmente são produzidos por semana 5 mil ovos, mas esse número poderia alcançar os 18 mil, caso os agricultores contassem com um centro de distribuição de ovos, uma espécie de “Casa do Ovo”, onde pudessem vender o produto com mais facilidade.

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Abatedouros Públicos 

Outro ponto que vai contar positivamente para certificar a produção de ovos e galinhas caipiras do programa é a construção de abatedouros públicos. Hoje, os avicultores utilizam um privado existente em Santa Cruz, único certificado na região, e pagam por cabeça R$ 4,50 para abater, valor que encarece o preço médio final (R$ 18,50) da galinha caipira. Em 2022 foram vendidos 18 mil quilos de galinhas, cerca de 12 mil aves.

 

 

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Entretanto, a construção de abatedouros públicos nos municípios de São Bento do Trairi e Santa Cruz, via liberação de emendas parlamentares, podem baratear os custos com o abate, aumentar as vendas e, consequentemente, o lucro dos agricultores familiares. No município de Santa Cruz, a prefeitura cedeu o terreno para construção do abatedouro, segundo o secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Carlos Eduardo de Medeiros.

A expectativa das instituições parceiras é que os prédios sejam construídos ainda em 2023 e os avicultores possam usufruir de mais esses benefícios para desenvolver a cadeia produtiva na região. O comércio local não está absorvendo a produção, então sentimos a necessidade de avançar com a Casa do Ovo e o abatedouro, nos dois casos com o objetivo de certificação que é a segunda fase do Prodeter”, explicou Daniele Aprígio, técnica da Emater.

E quem sabe, com investimentos adequados, apoio de entes públicos e privados, a Região Trairi não se torne protagonista no ramo de avicultura caipira no RN sob as bençãos de Santa Rita de Cássia?!

Foto: Maurício Teixeira

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