O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez é lembrado nesta sexta-feira (10). A data alerta a população sobre a saúde auditiva. Um estudo publicado pela revista científica BMJ Global Health em 2022, mostrou que mais de um bilhão de jovens e adultos de todo o mundo estão em risco potencial de perda auditiva, devido a fones de ouvido em volume elevado.
Conforme a intensidade do som, a perda se dá de forma gradual e progressiva, ao causar danos temporários e até mesmo irreversíveis. O uso de fones de ouvidos se intensificou com a pandemia de covid-19. O trabalho online, com reuniões frequentes, e as aulas remotas para crianças e jovens tornaram o uso dos fones de ouvido praticamente obrigatório em boa parte do dia.
Além disso, o hábito de ouvir música ou acompanhar séries e filmes já integrou nossa rotina de lazer. O que poucos percebem é que fones de ouvido são pequenos amplificadores, que, se usados de forma incorreta, podem levar à chamada perda auditiva adquirida.
“Percebemos um aumento de 20% na procura por aparelhos auditivos desde o início da pandemia. A situação se agravou bastante com o home office. Os adultos e idosos ainda são maioria entre os que buscam os aparelhos auditivos, mas já é perceptível um aumento também no número de jovens com capacidade auditiva prejudicada”, destaca a fonoaudióloga Andréa Brandão.
A fonoaudióloga frisa que, em alguns casos, o uso inadequado dos fones de ouvido pode levar também ao surgimento de zumbido. Essa, inclusive, é uma condição que pode estar relacionada a várias causas – e a perda auditiva é uma delas. “O tipo de fone em si não se torna mais ou menos prejudicial, mas os fones em formato de concha (headphone) proporcionam maior oclusão, pois limita a entrada dos ruídos externos. Com isso, o indivíduo ouve melhor e não precisa elevar o som”, acrescenta Andréa.
No Brasil, estima-se que aproximadamente 5,8 milhões de pessoas têm algum grau de surdez – ou seja, com impossibilidade ou dificuldade de ouvir. A surdez pode ter diferentes graus, ser congênita ou adquirida e afetar pessoas de qualquer idade. É uma condição que pode apresentar prejuízos diversos e provocar alterações na comunicação, ao levar a dificuldades na saúde e na qualidade de vida, desenvolvimento acadêmico e relações interpessoais e de trabalho.
A otorrinolaringologista Mariana Leal reforça a importância de chamar a atenção para o problema da perda auditiva, pois se trata de uma questão de saúde pública que precisa ser tratada como prioridade e relevância. “A data tem o objetivo de orientar e conscientizar a população em geral sobre a saúde auditiva, além de reforçar a necessidade de se ficar atento aos sinais de alerta, como zumbido, dificuldade no aprendizado escolar e atraso na linguagem”, salienta Mariana. Ainda de acordo com a médica, diante de qualquer suspeita, é imprescindível consultar um especialista.
SBT Nordeste
