Após 2 anos da morte do estudante de medicina Yago Fernandes, de 20 anos, a família continua buscando provar que o jovem não teria se jogado da varanda do 8º andar do prédio onde morava, na Zona Sul de Natal. O caso aconteceu em março de 2022. Segundo o inquérito policial, a morte do estudante trata-se de suicídio, porém a família questiona a conclusão da polícia civil.
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As novas provas apresentadas pelo perito particular contratado pela família, José Kleber, trazem questionamentos como, por exemplo, a posição do corpo após a queda e o local onde foi encontrado. As evidências podem provar que Yago foi arrastado, ou seja, que o corpo foi movido após a queda. “O local em que ele foi encontrado não condiz com a lesão. Houve arrasto”, detalha o perito.
Outra evidência é sobre como Yago caiu. Segundo o perito particular, ele teria sido jogado pelos amigos que estavam com ele no apartamento e estaria vivo após atingir a grama. “O Yago caiu de pé, por isso que as fraturas foram evidenciadas da forma que a doutora colocou no laudo dela. Então, por que o Yago não tem lesão no crânio? Por conta dessa dinâmica. No dia estava chovendo, tinha lâmina de água sobreposta ao jardim, então o Yago caiu na região do jardim”, explica o perito, detalhando que os amigos do jovem teriam cortado a tela de proteção, passaram primeiramente as pernas e, pausadamente o restante do corpo, que, ainda segundo ele, estaria desmaiado. “O Yago estava vivo, mas estava desmaiado”, afirma.
Outra incoerência, ainda de acordo com José Kleber, é com relação aos horários dos vídeos enviados pelo condomínio. Em depoimento, um dos amigos disse que a primeira ligação para o Ciosp aconteceu às 4h da manhã, e às 4h15 a polícia acionou o Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP/RN), que iniciou a perícia no corpo às 5 horas da manhã. Mas, pelos vídeos das câmeras do condomínio, pouco depois das 4h, Yago aparece com um colega no elevador.
Outras imagens mostram que o corpo só foi encontrado próximo pouco antes das 5h da manhã e não estava no local apontado pelo ITEP.
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Emocionada, a mãe de Yago, a aposentada Irene Fernandes, falou sobre a perda do filho. “Dois anos parece ser muito tempo, mas para mim foi ontem. Estou seguindo, para onde eu não sei”, disse para a repórter da TV Ponta Negra, Juliana Lobo. Sobre a força para seguir em frente, ela responde que é o “amor que tem por ele”. “Ele sempre me admirou muito e sempre disse que eu era forte e eu sinto que estou decepcionando ele, mas o que me move é a justiça”, completa.
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Em nota, o Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) destacou o trabalho dos peritos, que são servidores públicos de nível superior, especialistas nas mais diversas áreas de conhecimento.
O Itep/RN esclarece ainda que “laudos periciais são baseados nas evidências e vestígios encontrados nos locais de crime, dotados de robustez científica e imparcialidade” e que contestações sobre os laudos devem ser realizadas na esfera jurídica.
Leia a nota:
“Sobre o caso em questão, o Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) informa que os laudos periciais são elaborados por peritos criminais, servidores públicos de nível superior, especialistas nas mais diversas áreas de conhecimento.
Os laudos periciais são baseados nas evidências e vestígios encontrados nos locais de crime, dotados de robustez científica e imparcialidade.
Qualquer contestação sobre o laudo deve ser feita na esfera jurídica, mas o Itep/RN reforça o trabalho de excelência feito nesse e em outros casos.”
