As oficinas estão sendo ministradas na sede do Museu de História Natural do Ceará Prof. Dias da Rocha (MHNCE), na cidade de Pacoti/CE, sendo promovidas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O principal objetivo do evento é discutir e definir estratégias para a conservação de espécies ameaçadas de extinção na região do Nordeste.

Dr. Carlos Abrahão e Dr. Márcio Frazão Chaves no Museu de História Natural do Ceará – UECE
“O Plano de Ação da Herpetofauna do Nordeste atualmente contempla 107 espécies ameaçadas de extinção (23 anfíbios e 84 répteis), entre elas 46 ameaçadas nacionalmente, consideradas espécies-alvo, e 58 beneficiadas, por estarem nas listas de espécies ameaçadas dos estados da Bahia e Pernambuco, além de três quase ameaçadas de extinção presentes na lista nacional”, conta Carolina Lisboa.
Para o coordenador das Oficinas do PAN e servidor do ICMBio, Carlos Abrahão, as oficinas são momentos importantes de troca de informação e experiências com a sociedade. “Esta oficina serve para que a gente receba as informações do que foi feito neste último ano nas áreas estratégicas do Plano de Ação e assim poder realinhar estratégias para a conservação das espécies”.

Áreas Estratégicas do PAN Herpetofauna do Nordeste. Fonte: Bruna Arbo/Núcleo de Geoinformação/RAN ICMBio.
Além disso, o grupo do PAN delimitou 13 áreas estratégicas para a conservação das espécies. “Todas as áreas contemplam uma parte da distribuição das espécies-alvo e beneficiadas do PAN, assim como reúnem condições de paisagens que possibilitam sua recuperação”, explica Bruna Arbo Meneses, bolsista do CNPq no Núcleo de Informação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios do ICMBio (RAN/ICMBio).
Espécie em extinção
Entre as espécies-alvo que figuram na lista do PAN, está o lagartinho-de-folhiço (Coleodactylus natalensis), um pequeno lagarto de cerca de 2 cm de comprimento que é encontrado somente na Mata Atlântica do Rio Grande do Norte. O lagartinho é a espécie símbolo da cidade do Natal e está classificado como em perigo de extinção, principalmente devido aos desmatamentos e expansão urbana sobre as áreas naturais.
“As ações para conservação do lagartinho-de-folhiço e das outras espécies do PAN Herpetofauna do Nordeste são importantes para evitar a extinção dessas espécies e manter seus habitats saudáveis. Essas ações auxiliam, inclusive, no enfrentamento das crises climáticas e de biodiversidade na região. O envolvimento da sociedade é fundamental nessas questões, e os PANs nos fornecem essa oportunidade de contribuir”, explica Lisboa.
O que é o PAN?
O Plano de Ação Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (PAN) é um instrumento de gestão e de políticas públicas coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN), vinculado ao ICMBio, do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Construído de forma participativa, é utilizado para o ordenamento e a priorização de ações para a conservação de espécies e ambientes naturais. O método contempla a participação multilateral e envolve diversos segmentos da sociedade para potencializar os esforços e racionalizar a captação e gestão dos recursos para conservação de espécies ou ambientes-foco dos Planos de Ação Nacional.
