A indisponibilidade do leite UHT nas prateleiras das redes de mercados, supermercados e atacarejos bateu recorde em três anos e meio, atingindo 22,7% em julho, ante 19,4% no mês anterior. Os dados, divulgados pela Neogrid, apontam para o maior índice de falta do produto nas gôndolas desde janeiro de 2019.
Embora em um contexto de deflação de 0,68%, registrada em julho pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços dos alimentos subiram 1,30%, fazendo com que os varejistas paralisem as compras da indústria. No entanto, mesmo com o estoque baixo, as vendas por unidades aumentaram um pouco nas redes de supermercados.
A boa notícia, segundo a Neogrid, é que o leite deve voltar a apresentar preços mais baixos, em torno do patamar normal em curto prazo. “No momento, o varejo não está querendo comprar porque não está vendendo muito e não quer correr riscos. No entanto, daqui a pouco, as indústrias devem começar a fazer promoções e o varejo percebe isso”, explica o diretor de Customer Success, Robson Munhoz.
Além do leite, houve ruptura no papel higiênico, que registrou 16,4% em julho, contra 10,4% em junho, o maior salto entre as categorias no período. O cenário foi influenciado pela alta nos preços da celulose, como efeito da invasão russa na Ucrânia e do bloqueio comercial. Com a escassez da oferta da matéria-prima, o varejo optou por diminuir as compras.
“Se o estabelecimento tem três ou quatro fabricantes de papel higiênico, passa a trabalhar com dois. Ele vai reduzir um pouco a oferta esperando uma recomposição do preço no mercado”, exemplifica Munhoz.
Fonte: SBT News