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Consumidor de baixa renda diminui busca por crédito

Foto: Google Imagens

A procura do consumidor por concessão de crédito caiu 6,5% em agosto, de acordo com a Serasa Experian. Não deixa de ser uma recuperação ante a queda forte de 11,4% do mês anterior, mas estabelece uma sequência de três baixas nos levantamentos de junho para cá. O pico da corrida pelo crédito deu-se em março deste ano, com a curva atingindo alta de 26,5% (veja no gráfico abaixo).

Causa e consequência

Na análise dos especialistas do setor, a queda na demanda por crédito é reflexo direto da elevação das taxas de juros a partir do parâmetro Selic. A taxa referencial da economia vem subindo desde o ano passado, na medida mais efetiva implementada pelo Banco Central (BC) para conter os índices de inflação. Outro degrau desta escalada pôde-se verificar nesta 4ª feira (21.set) ao final da reunião do Comitê de Política Monetária do BC. O mercado financeiro está tratando a data como “Super Quarta” dos juros aqui e nos Estados Unidos.

“O aumento dos juros encareceu as linhas de crédito e deixou os consumidores mais cautelosos em relação ao recurso financeiro”, explica Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. O remédio, de gosto amargo, costuma ser o mais eficiente: “Em tempos de instabilidade econômica, o encarecimento do crédito é um mal necessário, pois trata-se de uma estratégia utilizada pelo Banco Central para diminuir e controlar a inflação no país”, completa Rabi.

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Recorte por renda

Entre as diferentes classes de renda da população, a pesquisa aponta uma queda ainda maior na procura por crédito junto às famílias de menor renda, aquelas que recebem entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00. Para este grupo, a baixa foi de sonoros 7,8%. A faixa da população brasileira que ganha mais de R$ 10.000 mensais teve a menor retração: 4,4%. De acordo com a Serasa Experian, as classes com menor renda marcam ainda um comportamento bastante particular: caem mais do que a média, nas baixas, e sobem mais do que a média, quando há evolução positiva. “Esta classe de renda quase nunca tem uma poupança ou reserva financeira para amortecer estes altos e baixos do cenário econômico. Quando a inflação sobe e os juros aumentam, há uma retração maior da demanda por crédito porque linhas para veículos, imobiliário e empréstimos pessoais são menos demandados porque sua capacidade de pagamento cai nas crises”, sentencia Luiz Rabi.

Fonte: SBT  NEWS

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