O Rio Grande do Norte é o estado com melhor desempenho no tempo médio entre recebimento do diagnóstico e início do tratamento do câncer de mama: 120 dias. O dado está no Panorama da Atenção ao Câncer de Mama no Sistema Único de Saúde, realizado pelo Instituto Avon e Observatório de Oncologia.
Apesar de ser o estado em que as mulheres aguardam menos tempo para receber o diagnóstico em uma consulta com o especialista e iniciar o tratamento, os dados do RN sobre câncer de mama ainda preocupam, especialmente, no quesito realização de mamografias. A variação negativa neste tipo de exame caiu, significativamente, no Sistema Único de Saúde (SUS), nos anos 2020 e 2021, em relação ao ano de 2019. No primeiro ano da pandemia a queda nas mamografias foi mais acentuada e chegou a 35%, já no ano passado o índice foi 8% negativo se comparado a 2019.
A secretária adjunta da Secretaria de Estado da Saúde Pública, Lyane Ramalho, admite que o estado ainda tem dificuldades no acesso à mamografias. “Temos trabalhado dia a dia para melhorar esse acesso à mamografia em todo o estado. E nos próximos dias teremos ótimas notícias para as mulheres do Rio Grande do Norte”, disse a secretária sem adiantar quais seriam essas notícias.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa para este ano é que o RN registre cerca de 1.130 novos casos de câncer de mama, com uma taxa bruta de 61,85 casos para cada 100 mil mulheres. A Lei n.º 13.896/2019, Lei dos 30 dias, determina que, caso haja uma suspeita de câncer, os exames para confirmar o diagnóstico devem ser realizados em até 30 dias.
Os dados negativos relativos às mamografias podem estar diretamente relacionados com o período da pandemia em que milhares de pessoas deixaram de fazer os exames periódicos por receio de sair de casa, ir aos hospitais e contrair Covid-19. A queda nos exames não foi sentida somente no estado potiguar, mas em praticamente todo o país.
Brasil
No Brasil, cerca de 40% de mamografias deixaram de ser feitas no público-alvo em 2020 se comparado com 2019. Já em 2021 esse dado caiu 18%. Vale ressaltar que o cálculo da cobertura do referido exame foi realizado com mulheres dos 50 a 69 anos que realizaram mamografia de rastreamento, nos últimos dois anos, em determinado local e período, dividido pela média do número de mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos.