Por Erta Souza
Serra do Mel é o município do Rio Grande do Norte com o menor índice de crianças imunizadas com a segunda dose da vacina contra Covid-19 na faixa etária de 5 a 11 anos. Somente 16,96% desse público foi imunizado.
Em relação à primeira dose também desse público-alvo, Almino Afonso vacinou somente 32,71% desde janeiro quando o Ministério da Saúde (MS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberaram os lotes com as primeiras doses para as crianças. Para todos os municípios a meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 90%.
As informações são do RN Mais Vacina, portal que acompanha os índices de monitoramento da vacinação contra a Covid-19 no estado. Serra do Mel integra a 2ª Unidade Regional de Saúde que engloba os municípios da região oeste do estado, próximos a Mossoró. O RN é dividido em oito regionais. A média de imunização do mesmo público na referida região é de 71,65%, percentual bem superior ao registrado no município. Vale ressaltar que na primeira dose o município imunizou 58,37% das crianças nessa faixa etária.
Cabe aos pais e responsáveis a iniciativa de levar os filhos para tomar as doses recomendadas pelos órgãos de saúde, uma vez que as crianças são dependentes da atitude dos adultos. Esse índice abaixo do esperado é preocupante, especialmente agora que foi confirmada no Rio de Janeiro e São Paulo a subvariante Ômicron BQ.1, do novo coronavírus. A variante foi identificada pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), por meio de um sequenciamento genético.
Na opinião do professor Ricardo Valentim, diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), essa nova variante já deve estar presente no Rio Grande do Norte. “Quando os pesquisadores fazem esse sequenciamento genético é porque dezenas e até centenas de casos já apareceram. Então, é provável que já tenhamos casos dessa nova subvariante aqui no estado”, assegura o diretor executivo do LAIS.
O Rio Grande do Norte está com o índice de 68,41% no que se refere às crianças de 5 a 11 anos vacinadas com a D1. O índice cai para 48,14% na D2. O professor Ricardo chama atenção para a importância da vacinação dessas crianças o mais rápido possível. “É um público que está em idade escolar. Tem contato com salas cheias e quando voltam para casa, em muitos casos, ficam com os avós, pessoas com a imunidade mais comprometida”, explica o professor.
Inicialmente, o Governo Federal incluiu os adolescentes de 12 a 17 anos e, em seguida, as crianças de 5 a 11 anos no Plano de Operacionalização de Vacinação Contra a Covid-19. Contudo, a imunização não é obrigatória. Durante a coletiva em que fez o anúncio das primeiras doses que seriam distribuídas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse: “Não faltará vacina para nenhum pai que queira vacinar seus filhos”.
Além de oferecer vacina às crianças é necessário que as autoridades criem estratégias para que pais e responsáveis imunizem seus filhos e o Brasil volte a ser um exemplo a ser seguido quando o assunto é imunização.
Idosos
Em relação à vacinação dos idosos, Ricardo Valentim alerta para o fato de muitas pessoas terem se imunizado com a primeira e segunda doses, entretanto não retornaram para tomar os reforços.
Os municípios de Venha Ver (40,50%), São Paulo do Potengi (62,41%), Nísia Floresta (62,58%), Serra do Mel (52,79%) e Almino Afonso (54,99%) estão entre as cidades que apresentam altos índices de atraso no 1º e 2º reforço das doses de Covid-19.
Para tentar minimizar os possíveis casos da doença entre os idosos, especialmente dessa nova subvariante, o diretor executivo do LAIS fala da importância dos municípios criarem estratégias para convocar esse público e dos idosos saírem de casa utilizando máscaras, principalmente quando estiverem em locais com presença de público como hospitais