O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez, nesta quarta-feira (16), um discurso na COP27, a conferência do clima organizada pela ONU. Ele agradeceu o convite e disse que o mundo vive “tempos difíceis. Mas foi nos tempos difíceis e de crise que a humanidade sempre encontrou forças para enfrentar e superar desafios”.
No entendimento dele, a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobrez, sua principal promessa de campanha. Lula promete que quando assumir o cargo, em 1º de janeiro, a preservação ambiental voltará a ser levada a sério, com fiscalização acirrada para acabar com o desmatamento.
Era o que a comunidade internacional queria ouvir: “não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram a assinar a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas”, declarou.
“Vamos priorizar a luta contra o desmatamento em todos os nossos biomas. Nos três primeiros anos do atual governo, o desmatamento na Amazônia teve aumento de 73 por cento. Somente em 2021, foram desmatados 13 mil quilômetros quadrados. Essa devastação ficará no passado”, prometeu.
Lula também pediu à sociedade civil e empresários, principalmente do agronegócio, que entrem em comunhão pela causa. “Estou certo de que o agronegócio brasileiro será um aliado estratégico do nosso governo na busca por uma agricultura regenerativa e sustentável, com investimento em ciência, tecnologia e educação no campo, valorizando os conhecimentos dos povos originários e comunidades locais”, disse.
Acordos climáticos
O presidente eleito também cobrou que os acordos firmados entre os países que tratam das mudanças climáticas sejam cumpridos. Para isso, segundo Lula, “é preciso tornar disponíveis recursos para que os países em desenvolvimento, em especial os mais pobres, possam enfrentar as consequências de um problema criado em grande medida pelos países mais ricos, mas que atinge de maneira desproporcional os mais vulneráveis”, afirmou.
Lula também lembrou que, logo após o resultado das eleições, Alemanha e Noruega anunciaram a intenção de reativar o Fundo Amazônia, para financiar medidas de proteção ambiental na maior floresta tropical do mundo. Nas contas do presidente eleito, o fundo dispõe hoje de mais de 500 milhões de dólares, que estão congelados desde 2019, devido à falta de compromisso do governo atual com a proteção da Amazônia”.
Por fim, Lula reforçou o convite de oferecer o Brasil para sediar a COP30, em 2025. “Seremos cada vez mais afirmativos diante do desafio de enfrentar a mudança do clima, alinhados com os compromissos acordados em Paris e orientados pela busca da descarbonização da economia global”, concluiu.
