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Geração de energia no mar do Norte e Nordeste seguirá condições impostas no ‘Mapa do Recurso Eólico’

Foto: Ocean Wilds

O litoral entre o Rio Grande do Norte e o Amapá terá um mapeamento inédito das condições de seus ventos e da atmosfera para gerar energia eólica no mar. Trata-se do “Mapa do Recurso Eólico Offshore na Margem Equatorial”, que teve o projeto de execução apresentado pelo presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, e pelo diretor do SENAI-RN e do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, no auditório da Casa da Indústria. O Mapa é desenvolvido em uma parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), resultado de articulações do senador Davi Alcolumbre e do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que participaram da apresentação, ao lado da governadora Fátima Bezerra.

“Este 16 de junho passa agora a ser também um marco para a evolução do setor de energia renovável, com este encontro durante o qual é lançado um projeto tão importante para o Rio Grande do Norte e, ao mesmo tempo, os demais estados do Nordeste e o Amapá. A transição energética precisa dessas regiões do país e, principalmente, do Rio Grande do Norte. Por isso, esse Mapa é fundamental para novas etapas neste crescimento”, destacou Amaro Sales. Ele lembrou que, em uma parceria com o governo do Estado, foi elaborado o Atlas Eólico do RN, que contribui para impulsionar o setor.

“Fico feliz que, com esse evento, beneficiamos agora estados das regiões Norte e Nordeste, que terão novas possibilidades com a energia offshore amplamente dimensionadas. Sabemos que o Rio Grande do Norte tem potencial para ‘puxar’ esse país com a energia renovável. Agora, como esse estudo sobre offshore (geração no mar), haverá um novo momento com um detalhamento que se faz necessário para dimensionar e medir com precisão e, assim, atrair novos investimentos”, afirmou o presidente do Sistema FIERN.

O diretor do ISI-ER explicou diversos aspectos do projeto para a execução do Mapa. “Apesar de já possuirmos dados sobre o potencial de geração da energia eólica, precisamos melhorar a qualidade dessas informações especialmente do Maranhão para frente e a partir de 200 metros de altura, por conta do novo ambiente tecnológico que trabalham com equipamento maiores e instalados com dimensões mais acentuadas do que estamos acostumados”, explicou Rodrigo Mello, na apresentação do projeto do Mapa.

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Ele citou um levantamento do estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, segundo o qual o potencial técnico de geração de energia eólica do Brasil no mar é de 700 GW. Esse estudo aponta que o principal local para a instalação de eólicas no mar no Brasil é o Nordeste, com 68% de potencial de aproveitamento dos ventos.

O Mapa vai informar sobre os detalhes das condições para essa geração e pontos com melhores características para possíveis parques eólicos no mar. Rodrigo Melo explicou que haverá medição dos recursos eólicos em pontos estratégicos da “Margem Equatorial Brasileira” (de Fernando de Noronha ao Oiapoque), simulações numéricas do fluxo atmosféricos, emprego de computação de alto desempenho, investigação detalhada do recurso eólico, cálculo preciso para especificar o potencial, caracterização da climatologia na área e verificações para apontar as áreas mais promissores na implantação de projetos eólicos.

Há etapas que já estão em andamento na elaboração do Mapa, entre as quais as instalações de estações meteorológicas. Essas estações são compostas por equipamentos para medições de radiação solar, velocidade e direção do vento, pressão atmosférica, precipitação, temperatura e umidade relativa do ar.

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre explicou o motivo do Amapá, estado que representa no Congresso Nacional, ter expectativas no Mapa dos Recursos Eólico Offshore. Ele lembrou que, em 2020, quando houve uma crise no fornecimento de energia em Macapá, com um apagão por 20 dias, foi procurado pelo então senador Jean Paul Prates e pelo coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, que sugeriram o desenvolvimento de estudos sobre a geração de energia eólica no estado da região Norte.

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A ideia discutida, na ocasião, foi sobre o uso de energia renovável, gerada no próprio Amapá, para aumentar a segurança energética. Segundo Davi Alcolumbre, o diálogo evoluiu até a articulação da apresentação de emendas ao orçamento da União que viabilizasse um levantamento em toda a Margem Equatorial e para a parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia.

“É importante registrar isso, porque, a partir daí, estamos construindo algo para o Brasil. O Rio Grande do Norte já acredita na energia renovável. Com esse mapa, vamos ter conhecimento ainda mais detalhado de conhecer novas potencialidades e poderemos apresentar para o mundo. Algo que passa pela sonhada transição energética”, disse o senador. “Com esse estudo altamente qualificado, entregaremos para o nosso país um levantamento altamente qualificado, feito por excelentes técnicos”, acrescentou.

Para a governadora Fátima Bezerra, o Mapa vai somar com as circunstâncias outras favoráveis ao desenvolvimento das energias renováveis no Rio Grande do Norte. “Tenho encontrado na Casa da Indústria homens e mulheres de muito espírito público e compromisso com o desenvolvimento do Rio Grande do Norte”, comentou a governadora, durante o lançamento do Mapa. “Esse mapeamento é mais um passo muito importante para que, do Rio Grande do Norte até o Amapá, saia uma contribuição estratégica para o país não perder o bonde da história e se colocar como protagonista da transição energética, associada ao desenvolvimento sustentável”, ressaltou.

A apresentação do Mapa também teve a participação do diretor primeiro tesoureiro da FIERN, Roberto Serquiz, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro de Moura, do vice-governador Walter Alves, secretário de estado, presidente e dirigentes de sindicatos filiados à FIERN, gestores e demais diretores da Federação da Indústria do RN.

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