Após ficarem quase 15 horas mantidos como reféns pelo ex-companheiro e na própria casa, mãe e os dois filhos foram libertados na manhã de domingo (06). Nesta segunda-feira (07), em entrevista exclusiva para o programa Patrulha da Cidade, a vítima conversou com o repórter da TV Ponta Negra, Sérgio Costa, e deu detalhes de como tudo aconteceu.
“A todo tempo ele ficou me ameaçando, dizendo que se tivesse uma pistola ia matar as pessoas que tinham feito mal a ele. Pedi pra ele sair da minha casa, porque não estava bem mentalmente. Depois ele me me agarrou e tirou meu celular, porque queria que eu colocasse a senha. Minha tia chegou e ele a esculhambou, depois me pegou pelos cabelos e levou pra casa da mãe dele, que fica ao lado”, relatou a mulher.
Ela não quis se identificar com medo de represálias, e disse que o ex-companheiro a levou e trancou no quarto da mãe dele, mas em um certo momento a mãe pediu pra entrar, e foi aí que ele a levou de volta pra casa, sempre empunhando a faca e fazendo ameaças. Segundo a vítima, ele havia consumido droga. “Ele cheirou pó e todo tempo pedindo para negociar droga com polícia, também ligou para e a ex mulher e pediu droga pra ela. Mas a polícia não fez o que ele queria”, disse a vítima.
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Ela também relatou que ele sentiu fome e pediu pra fazer comida. Foi nessa hora que ela ferveu uma água e jogou nele, com o intuito de conseguir fugir. “Fui fazer cuscuz e frango, pedi a faca pra ele, pra cortar o frango, aí ele me deu e se deitou no corredor. Então era eu ou ele, porque ele dizia que ia me matar e não ia se entregar. Esquentei a água, quando ferveu joguei nele, corri com a faca, entramos em luta corporal e a polícia entrou”.
A mulher e as crianças foram libertadas e foram amparadas pela patrulha Maria da Penha, pois já havia uma medida protetiva impedindo que o autor do sequestro se aproximasse da mulher e das crianças.Essa não é a primeira vez que ele tem a mesma ação, o autor do cárcere privado, identificado como Marigel, já tem condenação na justiça por violência doméstica com tentativa de homicídio e usava tornozeleira eletrônica, mas que segundo a Polícia Militar, ele conseguiu romper o acessório.
As vítimas foram socorridas em uma ambulância de resgate do Corpo de Bombeiros Militar e o homem foi conduzido à UPA para tratar da queimadura ocasionada pela água quente. Após o tratamento, o acusado será conduzido à Delegacia de Polícia Civil para as providências legais cabíveis. “Queria pedir que a justiça olhe por mim e pelos meus filhos, ele quer me matar porque não aceita o fim da relação”, reinvindica a vítima.
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