A safra de 2023 do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar iniciou
sua fase de colheita. Em diversos municípios do Rio Grande do Norte, onde o plantio iniciou mais cedo, agricultores e agricultoras familiares já estão realizando o trabalho de colheita, com a supervisão dos extensionistas rurais do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RN).
O Projeto Algodão Agroecológico Potiguar é coordenado pelo Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf-RN) e Emater-RN. Ele é constituído por um arranjo institucional que conta com a participação de importantes parceiros: Embrapa Algodão, prefeituras, Instituto Riachuelo, Sebrae, Diaconia, Acopasa, Vert, Unicafes, Instituto Casaca de Couro, Norfil, FAO, Rede Xique-Xique e Justa Trama. Toda a produção já está vendida para a indústria têxtil.
De acordo com a engenheira agrônoma da Emater-RN, Adriana Américo, esta semana foram realizadas visitas técnicas de monitoramento em alguns municípios que iniciaram a colheita do algodão agroecológico potiguar, para que haja um melhor aproveitamento da safra.
Uma das cultivares plantadas na safra 2023 foi a BRS 416, com ciclo médio de até 160 dias após a emergência, com produtividade média de algodão em caroço de 400 a 600 quilos por hectare. Dependendo da fertilidade do solo, comportamento das chuvas e manejo da cultura, podemos chegar em algumas áreas a aproximadamente uma tonelada por hectare. No início da safra, a meta foi viabilizar o plantio de 1304,50 hectares de algodão agroecológico plantados em consórcio com cultivos alimentares, com o milho posto rico, feijão dos tipos pingo de ouro e costela de vaca, fava branca e sorgo, em 111 municípios potiguares.
Esta semana, as visitas foram realizadas em São José do Campestre, Monte das Gameleiras e Tangará, todos com boas perspectivas de produção, cuja colheita nestes locais iniciou há duas semanas. A diferença no período de colheita depende do comportamento das chuvas, já que em alguns territórios as precipitações acontecem antes que outros, explicou Adriana Américo.
Para um melhor aproveitamento, a Emater-RN recomenda que a colheita aconteça quando as “maçãs” estiverem totalmente abertas, em dias de pleno sol e com baixa umidade, evitando na coleta deixar restos dos capulhos junto as ramas. A colheita deve ser realizada apenas em sacos de algodão. “O algodão colhido no campo deve ser livre de impureza. O local de armazenamento deve ser limpo, seco, arejado e protegido contra entrada de animais e umidade”, explicou a engenheira agrônoma Adriana Américo.
Ao todo, 85% das famílias participantes do Projeto Algodão Agroecológico Potiguar recebem assistência técnica da Emater-RN. Os produtores, assim como extensionistas rurais e técnicos de organizações não governamentais contratados pela Sedraf-RN, estão realizando um curso modulado ministrado pela Embrapa Algodão, com ensinamentos acerca de planejamento e organização dos consórcios agroecológicos, orientações sobre o plantio do algodão, introdução ao manejo e controle de pragas e doenças, além de poderem socializar sobre a unidade de produção das famílias assistidas, e discutirem sobre gênero e geração. O sexto e último módulo está previsto para acontecer dia 11 de agosto, no município de Riachuelo.