Nesta sexta-feira tem Gonzagão Sinfônico com Quinteto Violado no Teatro Riachuelo, em Natal (RN). O espetáculo “Gonzagão Sinfônico” é um projeto itinerante, que tem como atração principal o Quinteto Violado, acompanhado pelo talento da Sesi Big Band. A apresentação começa às 21h.
No espetáculo, que tem 75 min. de duração, o grupo resgatará os grandes sucessos do Rei do Baião, e o repertório trará canções escolhidas entre as mais de 500 que foram registradas nos 56 discos gravados pelo “Velho Lua”, onde podemos destacar “Asa Branca”, “Qui nem Jiló”, “Sabiá” e “Sala de Reboco”.
LUIZ GONZAGA
Luiz Gonzaga nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912. Um dos oito filhos de Januário José dos Santos, o mestre Januário, “sanfoneiro de 8 baixos”, e Ana Batista de Jesus. Aos 13 anos, com dinheiro emprestado compra sua 1ª sanfona. Foi com o pai que Luiz aprendeu a tocar o instrumento. Não era adolescente ainda quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Após servir o Exército no Crato, partiu para o Rio de Janeiro e começou a participar de programas de calouros. Foi no programa de Ary Barroso, na Rádio Nacional, que se destacou ao ficar em 1º lugar com “Vira e Mexe”. Passou a gravar discos, como sanfoneiro, para outros artistas. Tocando com a dupla Genésio Arruda e Januário, é descoberto pela gravadora RCA Vitor e grava seu disco de estreia.
Na década de 1940 até metade da de 50, a música nordestina viveu sua fase áurea, e Luiz Gonzaga, consolidado como um dos artistas mais populares do País, virou o Rei do Baião. Trajado com chapéu, gibão e sua inseparável sanfona branca, teve suas músicas regravadas por jovens cantores, como Geraldo Vandré, Gilberto Gil e Caetano Veloso, que o citavam como influência. Durante os anos 70, fez shows no Teatro Municipal (SP) e no Tereza Raquel (RJ). Nos anos 80, sua carreira tomou novo impulso. Gravou com Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, Milton Nascimento. Cantou para o papa João Paulo II, em Fortaleza. Cantou em Paris a convite da cantora amazonense Nazaré Pereira. Recebeu o prêmio Nipper de Ouro e dois discos de ouro pelo álbum “Sanfoneiro Macho”. Sua dupla com Gonzaguinha, seu filho, deu certo. Fizeram shows por todo o País com “A Vida de Viajante”. Na década de 1980, apresentou-se na Europa; e começaram a surgir os livros sobre o homem simples e, por vezes, até ingênuo, que gravou 56 discos e compôs mais de 500 canções. Em 1989, faleceu vítima de parada cardiorrespiratória.
QUINTETO VIOLADO
Criado em Pernambuco no momento pós-tropicalista (1971), o Quinteto Violado focou seu trabalho na música regional, valorizando a cultura brasileira através de trabalhos de pesquisa e agregando as experiências pessoais dos seus integrantes. Desde então o Quinteto e sua identidade sonora, construída a partir do contrabaixo, violão, viola, flautas, teclados, percussão e vozes, conquistam cada vez mais admiradores em todo Brasil e também em vários países do mundo.
O seu estilo “Free Nordestino” se caracteriza pelos arranjos com a identidade nordestina e a influência da música do mundo. A música do Quinteto é orgânica, com personalidade local, mas, quando projetada, tem referências que independem de nacionalidade.
É um som universal com fortes influências nordestinas e cosmopolitas na sua harmonia. Algumas poesias ou letras são dos próprios integrantes, mas a maioria é leitura do cancioneiro popular que recebe roupagem nova com arranjos transformadores.
Formado por Toinho Alves, Marcelo Melo, Luciano Alves (Ciano), Roberto Menescal e Eduardo de Carvalho Alves (Dudu), o Quinteto Violado é um patrimônio da música nacional, sendo reconhecido pelo próprio Luiz Gonzaga como um dos grupos que melhor representa sua música.
