O Padre Fábio de Melo vai lançar na próxima segunda-feira (30), o livro “A vida é cruel, Ana Maria: Diálogos imaginários com minha mãe”, relatando pontífice detalhes da sua vida pessoal.
Durante sua participação no programa “Conversa com Bial”, o Padre revelou um pouco sobre o que o livro abordará, como as dificuldades enfrentadas ao longo da vida, por exemplo, e a pior delas, sem dúvidas, foi a morte de sua mãe, Ana Maria. “Depois que morre a minha mãe, morre também a minha obrigação de ser feliz”. Fábio revela que essa confissão foi como um grito de libertação.
“Sempre que pensava na morte da minha mãe eu sabia que seria o pior dia da minha vida. Então eu vivi de fato o pior dia da minha vida. E quando eu vivi a experiência definitiva daquela finitude com ela, da minha relação com ela, vivi uma libertação também. Eu agora posso morrer. Vi minha mãe sepultar duas filhas, vi minha mãe visitar durante quatro anos um filho preso e eu sabia o quanto ela vivia o sofrimento de todos nós. Quando ela morreu foi a primeira coisa que pensei: ‘pronto, agora se eu não quiser ser feliz eu não preciso mais’. Claro, não é a minha opção, mas é, de fato, uma realidade que se apresentou pra mim”, relatou.
“A traição do meu pai eu que descobri. Eu era um menino. Devia ter uns 6, 7 anos. Foi horrível, eu estava com ele. Ele, acreditando na minha inocência, que não estava identificando o que estava acontecendo. Não sei se ainda existe, mas tinha um chocolate naquela época que só os meninos ricos comiam. E eu comia toda vez que meu pai traía a minha mãe”, contou.
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Ainda na conversa, o Padre lembrou dos problemas com bebida que a família teve que enfrentar.
“E meu pai foi um homem que teve uma fragilidade enorme que abriu portas para as outras que foi o álcool. O meu pai alcoolizado era um homem completamente diferente do homem sóbrio que nós tínhamos no dia a dia. Meu pai era um homem lindo, íntegro, de nobreza de alma. Só que quando ele bebia… É uma coisa que insisto muito como padre nas minhas pregações. O álcool destruiu a minha casa, continua destruindo pois ainda é um problema na vida de alguns irmãos. É genético, não tenho dúvida disso. Se eu me concedesse o direito de beber de vez em quando eu tenho medo de me transformar no meu pai”, disse.