O preço da alface registrou uma queda de 18,01%, conforme indica o 1º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) 2024, divulgado nesta segunda-feira (22) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Publicado mensalmente, o estudo faz uma análise dos preços de frutas e hortaliças praticados em dez Centrais de Abastecimento (Ceasas) pelo país.
Em dezembro de 2023, o preço da alface apresentou a queda mencionada após uma alta verificada em novembro. O movimento de baixa não foi uniforme entre as centrais, sendo que a queda na média ponderada é atribuída à diminuição dos preços no mercado atacadista paulistano (-29,69%) e pela queda de preço na Ceasa/RJ (-11,21%). A queda na cotação da Ceagesp-São Paulo, a qual possui o maior peso na média ponderada dos preços entre as centrais, pode ser justificada pelo aumento no volume comercializado da folhosa em relação à novembro de 10%.
Em caminho oposto, a batata apresentou alta de preços, pelo terceiro mês consecutivo. Em dezembro, a média ponderada subiu 20,37%. A alta durante o mês só não ocorreu na Ceasa/AC – Rio Branco, onde houve queda de 9,57%. Nas demais, o preço subiu, e em certos mercados, de forma significativa. Na Ceasa/ES – Vitória a alta foi de 28,19%, na CeasaMinas – Belo Horizonte o aumento foi de 26,10%, na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro foi de 25,02% e na Ceagesp – São Paulo a alta foi de 23,68%.
Em dezembro, o suprimento dos mercados é realizado apenas pela safra das águas, pois a de inverno já praticamente encerrou sua oferta. A safra das águas sozinha no mercado não foi ainda suficiente para provocar queda de preço. Deve-se lembrar que outro fator de pressão sobre os preços é a maior demanda por batata, provocada pela sua utilização nos pratos típicos das festas de final do ano.
Para a cebola, a alta de preço foi menor do que em novembro. Das dez Ceasas analisadas, em quatro houve diminuição de preço. Em cinco os preços subiram, e em algumas, com percentuais elevados. A cenoura, por sua vez, depois de um período descendente, apresentou alta em todas as Ceasas analisadas. A média ponderada das cotações subiu 18,78%, em relação à média de novembro, sendo que a maior alta ocorreu na Ceasa/GO – Goiânia (30,75%).
E depois de vários meses em queda, os preços do tomate voltaram a subir. A média ponderada em dezembro aumentou 10,33% em relação à média de novembro. As maiores altas ficaram com a Ceasa/RJ (29,24%), Ceasa/AC (27,77%), Ceasaminas – Belo Horizonte (21,24%) e com a Ceagesp – São Paulo (17,75%).
Frutas
No caso das frutas, foi observado um aumento geral dos preços praticados no mercado atacadista. Para a banana, o mês foi marcado pela elevação das cotações e queda da comercialização em um contexto de entressafra nas regiões produtoras, além de boa demanda na primeira quinzena do mês (para a banana prata), vindo a cair depois devido à chegada das festas de fim de ano.
O Boletim informa ainda que as altas cotações da laranja se deveram à oferta restrita e à forte demanda no varejo, decorrente do forte calor no Centro-Sul do país, em um contexto em que a indústria produtora de suco também demandou fortemente a fruta, e assim os preços no mercado internacional e pagos aos produtores continuaram elevados.
No caso da maçã, houve oscilação na comercialização e pequenas altas nas cotações devido à chegada do fim dos estoques nas câmaras frias, num contexto de baixa oferta e demanda. Já para o mamão, ocorreu oscilação das cotações e queda da comercialização por causa da restrição da oferta de ambas as variedades de mamão e da menor qualidade das frutas.
Por fim, para a melancia, houve registro de alta de preços e queda na comercialização por causa da restrição da oferta nas principais regiões produtoras e também em razão da boa demanda.