A equipe de reportagem da Tv Ponta Negra esteve na manhã desta quarta-feira (31), na casa do senhor Sandro e Maria Solidade, pais da advogada Brenda Oliveira, assinada na tarde de terça-feira (30) junto com o cliente. A casa, foi comprada por Brenda há alguns anos para seus pais. Após conquistar estabilidade econômica como advogada, ela pôde auxiliar seus pais. Na ocasião, o senhor Sandro estava com pressão alta e sendo atendido por um amigo da família ligado à advogada, Jonathan de Souza.
Jonathan, grande amigo de Brenda, relatou: “Descrever Brenda é difícil, pois ela era mais do que uma amiga, era uma irmã verdadeira, sempre disposta a ajudar os amigos. Nos conhecemos no primeiro dia de sua matrícula na faculdade, e desde então, éramos inseparáveis. É triste e chocante. Seu sonho era ser reconhecida na advocacia, e ontem, ao realizar seu primeiro flagrante, estava feliz, compartilhando nas redes sociais.”
“O sonho de Brenda era ser reconhecida na advocacia”, relata amigo de advogada assassinada
A advogada Brenda de 26 anos, por sua vez, estava no início de sua carreira, dedicada a realizar seu sonho de ser reconhecida na advocacia. Amigos e familiares lhe descreveram como uma pessoa alegre, dedicada e solidária, cuja vida foi interrompida enquanto exercia sua profissão.
Brenda e seu cliente, Janielson Nunes de Lima, de 25 anos, foram assassinados dentro do carro na tarde de terça-feira após saíram da Delegacia de Polícia Civil de Santo Antônio do Salto da Onça, interior do Rio Grande do Norte. No carro, além da advogada e do cliente, estavam a mãe, a irmã de Janielson e uma colega, que não foram atingidos.
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Ilanna Arquilino, sócia e amiga de Brenda, compartilhou sua última interação com a colega: “Eu tinha uma audiência virtual com Brenda marcada para as 15h45, e ela não ingressou. Eu achei estranho porque ela sempre foi responsável. A audiência finalizou, e nossa ex-estagiária me comunicou que ela tinha sofrido um acidente, mas não tinha outras informações sobre o estado dela. Vinte minutos depois, chegou a infeliz notícia de que ela tinha sido assassinada a tiros.”
A notícia do falecimento de Brenda dos Santos Oliveira foi recebida com profunda indignação pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), pela Seccional no Rio Grande do Norte (OAB/RN) e pela sua Caixa de Assistência (CAARN). A jovem advogada estava desempenhando suas funções profissionais quando se tornou vítima de um ato de violência inexplicável.
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Ao relembrar o início do escritório de advocacia, Ilanna revelou: “Ela abriu o escritório em março do ano passado; era um ponto comercial pequeno, e ela tinha vontade de ampliar. Estávamos de mudança para um espaço maior. Ela estava muito feliz, animada, sonhando. Ela falava o tempo todo para mim que estava sentindo que 2024 seria um ano de bênçãos, que seria um ano próspero.”
Sobre Brenda ter dado carona ao suspeito, Ilanna destacou: “Brenda era muito acolhedora e receptiva, sempre levava os clientes no carro; esse era o jeito dela. Buscava, levava para casa e até para o banco ”
Janielson Nunes de Lima, conhecido como “Gordinho da Batata”, já estava sobre suspeita de envolvimento em um homicídio anterior. Sua irmã, Michele, negou as acusações, alegando que ele estava sendo injustamente implicado. Segundo ela, Janielson se retirou do local ao ver uma pessoa com quem tinha desentendimentos judiciais.
“Não sei muito nem o que falar porque foi uma coisa assim do nada, chocou com todos nós. Ele era uma pessoa maravilhosa, tudo foi muito rápido, tudo muito rápido do nada a gente escuta tiro de um lado, tiro do outro, e não acaba sabendo o que fazer.”, compartilhou Michele.
Michele descreveu o assassinato: “Eram cinco pessoas dentro do carro: eu, minha mãe, uma colega minha no banco de trás, a advogada, e ele na frente. A advogada ia dirigindo. Só escutei os disparos, não consegui ver. Na hora que a advogada abriu o vidro para tirar foto do Madrugão, eles já chegaram atirando. Foi na hora que o carro perdeu o controle, e ela deu de cara com o ônibus. Aí, desse momento da pancada, eu apaguei. Na hora que recebi a pancada, para mim, aquilo ali, não vi mais nada. Para mim, todo mundo ia morrer na hora.”
O velório de Brenda está previsto para acontecer em Santo Antônio às 16h30 e o sepultamento às 18h.
Janielson era investigado como um dos suspeitos no assassinato recente do vaqueiro João Victor Bento da Costa, de apenas 19 anos, durante uma vaquejada no último domingo (28).
O delegado Thiago Batista, responsável pela investigação do duplo homicídio em Santo Antônio, concedeu uma coletiva à imprensa para esclarecer alguns pontos cruciais sobre o caso. De acordo com o delegado, Janielson esteve na delegacia voluntariamente na segunda-feira, buscando esclarecimentos devido à divulgação de seu nome nas redes sociais, acusando-o do homicídio do vaqueiro Vitor. O delegado explicou: “Ele queria prestar esclarecimentos porque o nome dele estava sendo divulgado nas redes sociais, dizendo que ele teria sido o autor do homicídio cometido contra Vitor”.
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Janielson, trabalha descarregando caminhões de verduras e frutas em feiras livres. Ele foi abordado pela Polícia Militar em uma feira de Arez, encaminhado para a Polícia Militar em Goianinha e posteriormente levado para Santo Antônio. O delegado explicou que não havia mandado de prisão ou flagrante vigente contra ele, e, portanto, foi liberado naquele momento.
Quanto à motivação do crime, o delegado esclareceu que estão em fase de investigação tanto o assassinato do vaqueiro quanto o duplo homicídio da advogada e do cliente. Janielson já havia comparecido à delegacia anteriormente, na segunda-feira, para prestar esclarecimentos sobre o assassinato do vaqueiro. Ele negou a autoria do crime, e, segundo o delegado, “não tinha nada em seu desfavor naquele momento”.
O histórico policial de Janielson inclui uma medida protetiva referente a uma ex-companheira, uma ameaça, e um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por empinar moto. O delegado destacou que, atualmente, ele era usuário de drogas, mas não era traficante.
