“Uma dor. Não pude proteger ele. Ele passava o dia inteiro lá e eu, tranquila, achando que estava tudo certo. Não validei a fala do meu filho.”. O relato é de uma mãe que teve o filho agredido em uma creche localizada em Parnamirim.
Imagens chocantes realizadas durante a rotina da creche revelam não um dia de aulas e brincadeiras como deveriam acontecer, mas atitudes violentas. Nelas, é possível ver o momento em que a própria proprietária puxa uma criança pelo braço violentamente. “Pode chorar!”, grita ela. Todas as crianças são menores de cinco anos.
A mãe de um aluno relatou que ele chegou em casa reclamando das ações da mulher. “Me bateu”, dizia o menino. Inicialmente, a mãe chegou a acreditar que poderia ser “coisa de criança”. “Meu esposo disse: procure saber. Mas não procurei e acho bom mesmo, porque se tivesse procurado, talvez ele tivesse sofrido algum tipo de represália. Uma dor. Não pude proteger ele. Ele passava o dia inteiro lá e eu, tranquila, achando que estava tudo certo. Não validei a fala do meu filho.”, conta emocionada.
“Socorro, me ajuda, papai. Quando o pai ia buscar, ele parecia ser Jesus. Era uma felicidade só.”, diz outra mãe. Segundo relatos dela, a criança apareceu com hematomas nos braços, nas pernas e, inclusive, nos órgãos genitais. A mãe chegou a questionar a dona do estabelecimento de ensino, que culpou uma professora. “Não sei, acho que foi uma ‘tia’, respondeu à proprietária para ela. “Um tempinho depois, ela disse que ele bateu na parede. Mas a gente viu que não parecia marca de ter batido na parede.”, completou a mãe. Preocupada com a situação, ela retirou o filho da creche.
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O Conselho Tutelar foi acionado na quinta-feira (28) e está investigando a situação. “Assim que tomamos ciência, logo começamos a agir no sentido de proteger essas crianças. Entramos em contato com as mães através de um grupo de pais, que relataram outros fatos com essas crianças. Estamos tomando as medidas cautelares para garantir a segurança dessas crianças.”, explica a conselheira tutelar, Amanda Melo.
Por causa do feriado, a denúncia será protocolada apenas na segunda-feira (01), quando o Conselho Tutelar irá comunicar a notícia, de fato, ao Ministério Público, para que então possa ser instaurado o inquérito civil para que possam ser apuradas as denúncias. Durante as investigações, a creche ficará fechada.
Procurada pela TV Ponta Negra, na manhã desta sexta, a proprietária da creche não atendeu às ligações.