Foram divulgados neste sábado (25), o histórico de conversas dos envolvidos na morte de Rafael dos Santos Silva, vítima de um atropelamento e espancamento por 7 pessoas por causa de uma notícia falsa, em Suzano, Grande São Paulo.
Marcel da ONG, vereador do município, teria induzido sete homens a cometerem o crime de assassinato após compartilhar diversos vídeos nas redes sociais em que acusava a vítima de ter matado cães a facadas na cidade.
A investigação policial não encontrou provas que apontassem Rafael como autor dos maus-tratos contra os animais. Os sete criminosos foram julgados e presos após lincharem até a morte Rafael. Em março, a Justiça acatou um recurso do Ministério Público para julgar Marcel por homicídio qualificado e incitação ao crime. As mensagens obtidas pela investigação mostram que o vereador sabia da morte e pediu silêncio a um dos autores.
As mensagens
Vereador
Em 16 de fevereiro deste ano, Marcel compareceu ao Setor de Homicídios da Secretaria de Mogi das Cruzes para prestar seu depoimento.
Segundo o boletim de ocorrência, o vereador afirmou que “não deu a ideia e não pediu para ninguém agredir ou matar Rafael. Somente conhece a pessoa de Fabiano (um dos presos pelo crime) e que não conhece os outros envolvidos na morte de Rafael, que não postou nenhum vídeo em rede social apontando Rafael como sendo o autor das mortes dos cachorros e que não viu e não presenciou nenhum cachorro morto”.
O crime contra a vítima foi cometido na noite do dia 17 de dezembro de 2023.
No dia 15 de dezembro, Marcel enviou uma mensagem para Fabiano pedindo uma foto dos cães mortos e recebeu dele duas imagens de um cachorro assassinado.
No dia 17 de dezembro, às 19h14, depois do crime, o vereador enviou outra mensagem para Fabiano em que perguntou se “tem vídeo aí do cara (Rafael) esticado no chão?”.
No dia 18 de dezembro, Marcel avisa Fabiano que a vítima das agressões havia morrido. O homem fica preocupado e pergunta ao vereador o que aconteceria. O vereador responde “não dá em nada” e orienta Fabiano: “Caso perguntem, nega até morrer que você não sabe de nada, viu? Nada”.
Condenados
No dia 18 de dezembro, após o linchamento de Rafael, Alean de Carvalho Alves, um dos homens que participaram da agressão e foram condenados e presos, fala para o irmão:
Em outra conversa, Luan Amaral Luciano, também condenado, manda mensagem para um vizinho afirmando que ele e Toni, outro participante do crime, beberam demais comemorando a morte de Rafael.
Além disso, também foi encontrado no celular de Toni Ramos de Abreu, no dia 10 de dezembro de 2023, um vídeo em que ele afirma que o armamento já foi “testado e aprovado”.
