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Mulher empreendedora: quando liderar o próprio negócio gera renda e transforma vidas

Deborah Oliveira, proprietária da Dulces da Gaby. Foto: Agência MDG.

Perseverança, força de vontade para mudar de vida, ser agente da própria história e coragem. Esses são apenas alguns dentre tantos ingredientes presentes na mulher empreendedora. O Ponta Negra News apresenta três histórias de inspiração e superação de mulheres que decidiram, através do empreendedorismo, seguirem seus próprios caminhos.

Da Marinha do Brasil para o mundo dos brigadeiros gourmet

Deborah Oliveira, 42 anos, apaixonada por doces, nunca havia imaginado que um dia sua paixão se transformaria em negócio. Natural de Manaus, no Amazonas, Deborah passou oito anos como Capitão-Tenente da Marinha do Brasil. Formada em Administração e pós-graduada também em Administração com ênfase em RH, Deborah, que entrou para as Forças Armadas como temporária, sabia exatamente qual caminho seguir quando o momento de encerramento do contrato chegasse: empreender.

Deborah passou oito anos como Capitão-Tenente da Marinha do Brasil. Foto: Arquivo pessoal

 

“Na Marinha do Brasil, o oficial já assume cargo de chefia, encarregados é assim. E comigo não foi diferente (por isso empreender fica no sangue). Você já entra sendo responsável por chefiar uma equipe ou Departamento, Divisão, etc. Comigo, fui encarregada do Ensino Profissional da Marinha (que forma cidadão em profissionais para trabalhar no mar ou Rio). E fui encarregada da Divisão de Tráfego Aquaviário (fiscalizando embarcações e Navios)”, detalha Deborah.

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Em 2020, ela deixou a Fronteira no Amazonas ao receber transferência para Natal, no Rio Grande do Norte, juntamente com o marido, o militar da Força Aérea, Alan Souza, e os dois filhos, Gabrielle, de 12 anos, e Allan Guilherme, de 13.

Deborah ao lado do marido, Alan Souza, militar da Força Aérea. Foto: Arquivo Pessoal

 

A chegada à capital potiguar, trouxe não apenas um novo endereço para ela e para a família, mas um novo estilo de vida. Três anos após a chegada à Natal (RN) o contrato de Deborah com as forças armadas encerrou. “Meu contrato encerrou em fevereiro de 2023. Passei oito anos servindo na Marinha do Brasil, com muita honra e dedicação, como Capitão-Tenente. Aqui em Natal servi no Comando do 3° Distrito Naval”, conta.

Decidida a empreender, Deborah se preparou para a saída da Marinha. Em 2021, dois anos antes, um vídeo de uma confeiteira chamou sua atenção e ela se sentiu desafiada a aprender a arte da confeitaria.

“Em junho de 2021 me senti desafiada com um vídeo onde a professora e confeiteira desafiava as pessoas a ingressar no ramo da confeitaria com R$ 100. E foi o que fiz na época: comprei todo material para ser feito os doces e vender em caixinhas com 4 unidades. Fizemos as massas de chocolate, morango e ninho, e no primeiro dia vendemos todos os doces! E os desafios foram aumentando cada vez mais. Comprei o curso on-line de doces e desde aí não paramos mais”, relata.

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A “Dulces da Gaby” foi formalizada em fevereiro de 2023. “Saindo das Forças automaticamente já parti para o MEI (Micro Empreendedor Individual). Melhor opção de confiabilidade nos nossos serviços prestados”, afirma.

Foto: Agência MDG

 

Com a “Dulces da Gaby”, um carrinho móvel de brigadeiro gourmet, Deborah leva seus doces para eventos em empresas, aniversários, casamentos, dentre outros.

Para ela, a adesão ao MEI fez toda a diferença para o sucesso do seu negócio, gerando mais confiança, contribuindo nas formalizações, organização e garantindo a conquista de uma empresa maior no futuro.

Sobre o sucesso nos negócios ela não hesita e declara que veio de “Muita dedicação e acreditar no que creio que faz a diferença”, pontua. Nas redes sociais, ela divulga o seu negócio com desenvoltura e criatividade.

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“Quando vejo as pessoas reclamando da vida, falo da minha história”, Rejane Rodrigues da Silva, massoterapeuta

Rejane, 48 anos, trilhou uma longa jornada até se tornar empreendedora. Foi babá, deu aulas particulares, trabalhou como açougueira, vendedora de loja de roupas e auxiliar de esteticistas.

O trabalho em clínicas de estética abriu novas oportunidades para Rejane que iniciou cursos na área. “Minha patroa me colocou para fazer cursos de epilação. Gostei muito, me interessei e comecei a fazer cursos de estética corporal, massagem modeladora, drenagem facial e pós-operatório”, conta.

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Para ela, iniciar os cursos foi fundamental para uma mudança de vida. “Contribuiu no conhecimento e bem-estar, na saúde física e mental e até na parte de psicologia porque é uma interação: você e sua cliente, muitas vezes elas desabafam sobre a vida pessoal e é muito gratificante saber que tenho o poder da cura atrás das mãos”, relata.

Rejane ao lado de Marina Elali. Foto: Arquivo Pessoal.

 

Em 2018, após anos trabalhando em clínicas de estética, Rejane decidiu que era hora de começar o próprio negócio e foi então que decidiu aderir ao MEI. “O empreendedorismo ficou muito difícil, o pessoal acabou fechando as empresas e eu resolvi me tornar MEI”, lembra.

Rejane chegou a abrir o próprio espaço em Natal (RN), mas um grave acidente em dezembro de 2019 mudou os seus planos.

Fé para vencer
Rejane conduzia seu veículo quando notou uma fumaça saindo do capô do carro. “Automaticamente estacionei e fui abrir o capô. Quando abri, a bomba do reservatório de água estourou no meu rosto, colo e pescoço. Inalei água quente pelas vias respiratórias. Caí na calçada, fiquei sem falar. Tudo inchou: meus olhos, nariz, boca, tudo! Na hora Deus enviou um casal da Unimed Home Care. Eles jogaram água no meu rosto e me levaram a Promater e lá eu entrei em coma e fui para a UTI”, recorda.

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Rejane ficou 15 dias em come. Foi entubada e exturbada por mais de 5 vezes. Foto: Arquivo Pessoal.

 

Foram 15 dias em coma. Quando acordou, Rejane não conseguia falar e nem enxergar. Ela chegou a ser entubada e exturbada por mais de cinco vezes e precisou ser traqueostomizada, uma vez que não conseguia falar e respirar.

“Passou uns dois meses e Deus trouxe o milagre de eu voltar a falar e enxergar, mas em casa, em UTI móvel e respirando através de cilindro de oxigênio”, relembra.

Foram meses de tratamento com auxílio de fisioterapia e fonoaudiólogos.

O trauma, porém, não foi capaz de abalar sua fé, confiança e vontade de vencer. “Hoje em dia nada me abala. Depois desse acidente, Deus me deu mais uma chance de viver. Só agradeço a Deus cada minuto e segundo da minha vida. Deus foi tão generoso comigo, não precisei de enxertos nenhum, plástica nenhuma”, declara.

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Apesar dos traumas sofridos no acidente, Rejane não precisou fazer cirurgia plástica. Foto: Arquivo Pessoal.

Dois anos após o grave acidente, Rejane reuniu forças e voltou a trabalhar. Dessa vez, os atendimentos começaram a acontecer a domicílio. Mãe solo, ela é a única responsável financeira da casa e educação do filho, Arthur Rodrigues Chaves, 13 anos.

Mãe solo, ela é a única responsável financeira da casa e educação do filho, Arthur Rodrigues Chaves, 13 anos. Foto: Arquivo Pessoal.

 

Com o retorno vieram novos desafios. Muitos clientes não gostavam de receber atendimento em casa. “Queriam algo mais reservado. Nem sempre estavam sozinhos em casa, sempre tinha alguém ou chegava, Já outras clientes gostavam, principalmente após o Covid, quando ficaram com muito medo de sair de casa”, explica.

Hoje, ela comemora a clientela e autonomia que conquistou. “Não tem ninguém reclamando. É você e o cliente. Se ele não gostar ele diz. No dia em que não estou bem, eu não vou trabalhar. Até porque são trocas de energia, você precisa estar bem para trabalhar”, diz.

Microempreendedora há 6 anos, Rejane acredita que a adesão ao MEI colaborou com o sucesso do seu trabalho. Foto: Arquivo Pessoal.

 

Microempreendedora há 6 anos, ela acredita que a adesão ao MEI colaborou com o sucesso do seu trabalho. “O MEI contribuiu no crescimento de empreendedorismo, na compra de produtos no comércio, uso de maquineta, acessos futuros como direito de auxílio-doença e aposentadoria”, explica.

“Empreender estava na veia”, Michelly Vilar, proprietária de uma loja de roupas femininas

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A história de Michelly da Rocha Oliveira Carvalho, 33 anos, no empreendedorismo, começou como a de muitas outras mulheres: a partir da venda de porta em porta. O “tino” para os negócios, porém, vem de longa data, como ela mesmo diz, “está na veia”.

“Empreender estava na veia”, Michelly Vilar, proprietária de uma loja de roupas femininas. Foto: Arquivo Pessoal.

 

“Eu venho de família humilde, na qual o meu pai tem na veia o dom de empreender. Lembro que na minha casa nada parava. Meu pai costumava trocar/vender os objetos. Tinha dias que tínhamos três televisões, outro duas e em alguns nenhuma. Fui crescendo nesse ritmo e nessa cultura”, recorda.

Natural de Bom Jesus (RN), a cerca de 54 quilômetros de distância de Natal, ela viu no empreendedorismo a oportunidade de continuar no mercado de trabalho após a chegada do primeiro filho. E foi justamente o pai de Michelly, Talvacy Virgílio de Oliveira, aquele que vendia tudo, quem ajudou a filha a dar os primeiros passos.

Michelly começou vendendo peças de cama, mesa e banho de porta em porta. Foto: Arquivo Pessoal.

 

“Meu pai me ajudou trazendo algumas peças de cama, mesa e banho, e eu comecei a vender de porta em porta. Vendia, juntava todo o dinheiro e comprava mais mercadorias. Mas não me identifiquei com cama, mesa e banho, resolvi trocar o produto para roupas e foram dois anos nesse trajeto”, relata.

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A chegada do segundo filho trouxe a necessidade de aumentar a fonte de renda. Michelly recebeu uma proposta para um trabalho temporário, aceitou e juntou o dinheiro que pôde para dar mais um passo na jornada empreendedora. Em 2011 ela inaugurou a “Michelly Modas” no centro de Bom Jesus. “Ao longo dos meses, esse espaço foi ficando pequeno e senti a necessidade de mudar para um maior na mesma rua. O ponto era tão grande que decidi dividi-lo ao meio, passei a morar nos fundos e a frente era a loja”, diz.

Michelly está deixando de ser MEI e migrando para ME (Microempresa). Foto: Divulgação.

 

Em 2020, com a pandemia do Coronavírus, vieram novos desafios. “Quando os comércios fecharam, eu me vi com as mãos na cabeça e pensei: ou eu me sento e choro, ou eu me levanto e faço alguma coisa”, revela. Foi então que ela decidiu estudar e adquirir conhecimento na área. “Vi o quanto trabalhava errado e que daquela forma não poderia continuar. Comecei a ser constante nas redes sociais, a trabalhar a persona da loja, a ser assertiva nos pontos em que estávamos precisando mudar.”, afirma.

Presença nas redes sociais

O estudo de estratégias fez com que ela entendesse a importância de se fazer presente nas redes sociais e de “perder a vergonha” da câmera e começar a divulgar os looks da loja realizando os chamados provadores.

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Com o conhecimento, ela passou a enxergar a necessidade da regularização do seu negócio e passou a ser Microempreendedor Individual (MEI). “Eu achei necessário regulamentar, para ter uma segurança de INSS e benefícios. Depois eu vi a importância de você se regularizar direitinho e trabalhar corretamente. É uma empresa mais formal. Comecei a estudar, adquirir conhecimento e, de fato, o conhecimento foi a virada de chave”, diz ela.

Com o conhecimento adquirido, veio a nova identidade visual, e assim ela fundou a “Carmelo”.

Hoje, com uma loja maior, clientela fidelizada e posicionamento nas redes sociais, Michelly está deixando de ser MEI e migrando para ME (Microempresa). “A Carmelo “caiu na boca do povo”, e hoje estamos saindo do MEI e migrando para o ME. Venho aqui externar a minha eterna gratidão a Deus e a todos que fazem parte da nossa história.”, pontua.

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Empreendedorismo feminino no Rio Grande do Norte

Segundo o último levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RN), até o 4º trimestre de 2023, 122,32 mil mulheres se tornaram donas do próprio negócio no Rio Grande do Norte, o que representa um percentual de 33%.

Para Elisete Lopes, analista técnica do SEBRAE/RN e gestora do Projetos RN-Plural e Negócios de Impacto, o empreendedorismo é uma oportunidade de geração de renda e autonomia financeira. Além disso, esse tipo de atividade gera ainda uma independência para a mulher, permitindo conciliar sua vida profissional e pessoal, como o cuidado dos filhos e administração do lar, que ainda é um trabalho desempenhado mais pelas mulheres do que por homens.

“A participação da mulher no mercado de trabalho tem crescido, então é natural também que no empreendedorismo não seja diferente. Muitas mulheres têm habilidades empreendedoras e o empreendedorismo, inclusive, é uma forma interessante para a mulher que, muitas vezes, não fica com um horário rígido, preso, e ainda pode investir em outras áreas da vida, como até a área do cuidado, onde a mulher, historicamente, tem dedicado mais tempo do que os homens na área do cuidado dos filhos. Com o empreendedorismo ela tem a oportunidade de ter um horário mais livre e mais flexível”, descreve Elisete.

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Para a mulher que deseja empreender, a analista técnica do Sebrae deixa algumas dicas importantes como procurar conhecer a área em que deseja atuar.

Veja outras dicas:
– Planejamento: buscar conhecer bem a área em que pretende atuar;

– Investimento: pesquisar o quanto será necessário investir inicialmente no negócio;

– Público alvo: para quem o negócio será destinado? Quem será o público alvo? Como a empreendedora irá acessá-lo? Como irá se comunicar com o público?

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– Conhecimento do mercado: estudar a concorrência é fundamental para entender quais diferenciais o seu negócio vai precisar apresentar para se destacar. Porque um consumidor deixaria de consumir um produto de uma empresa que já existe no mercado, que já é conhecida para consumir o meu produto ou meu serviço?

– Conexões: faça conexões (contatos) para que o negócio possa realmente se desenvolver e ter o resultado que espera;

– Conhecimento técnico: conhecimentos técnicos de gestão, gerenciamento de pessoas, dos recursos da empresa e gerenciamento de marketing são fundamentais, além do desenvolvimento das habilidades empreendedoras.

“Então entender essa necessidade é fundamental e analisar se aquilo que eu vou ofertar vai realmente de encontro a essa necessidade, se não é algo que “eu criei da minha cabeça” e eu preciso testar com esse mercado, fazer pesquisa com esse potencial cliente”, esclarece Elisete.

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Empretec

A analista técnica lembra ainda que o SEBRAE oferece o Empretec, que é um seminário voltado para o despertar das atitudes empreendedoras. “A gente tem uma metodologia fantástica no Sebrae, que é o Empretec, que trabalha só a parte de comportamento empreendedor, porque esse comportamento ele faz toda a diferença na velocidade de desenvolvimento e crescimento dos negócios”, enfatiza.

O Empretec é reconhecido em todo o mundo como um dos melhores cursos de capacitação em empreendedorismo e sua metodologia foi desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em cerca de 34 países, é voltada para o desenvolvimento de características empreendedoras e para a identificação de novas oportunidades de negócios.

Por Elane Nascimento, do Ponta Negra News

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