A cantora Iza anunciou em suas redes sociais, na quarta-feira (10), que se separou do jogador de futebol Yuri Lima. Iza está grávida de seis meses de sua primeira filha, Nala, fruto do relacionamento com o jogador. Como os impactos emocionais de uma separação podem impactar uma gestação? Quais são os caminhos possíveis para lidar com uma situação como essa?
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“Eu queria, enfim, parar por aqui e pedir só para vocês respeitarem o meu momento, porque, afinal de contas, eu estou grávida e eu nunca, na minha vida inteira, imaginei passar por isso”, disse Iza, em vídeo publicado em seu Instagram.
A separação, por si só, traz impactos emocionais como estresse e ansiedade durante e depois do parto, de acordo com a psicóloga da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em saúde mental das gestantes Liliana Seger, que coordena um grupo de mulheres que passam por conflitos emocionais durante esse período.
Segundo ela, no entanto, qualquer abalo emocional, como a perda de um ente querido e brigas familiares, pode influenciar o processo de gestação, tanto no ponto de vista físico, quanto emocional. Cabe identificar quando é necessário procurar ajuda.
Além disso, toda separação envolve um luto e traz a necessidade de elaboração e substituição daquilo que foi vivenciado com a outra pessoa. É o que aponta a psicanalista Vera Cristina.
“Existe todo um deslocamento da libido (desejo) da pessoa que estava depositada no(a) companheiro(a) dentro de uma relação, e isso vai ter que ser ressignificado”, explica Vera.
Estresse durante a gestação pode afetar bebê
O estresse sentido pela mãe durante a gestação pode afetar o desenvolvimento do cérebro do bebê, segundo um estudo feito com base em exames cerebrais em fetos e publicado na revista de medicina JAMA Open Network.
Vera disse que estudos como esse mostram que o bebê acaba sentindo as mesmas emoções que a mãe está sentindo.
É possível melhorar o estresse no corpo
Atividades como yoga, além de técnicas de relaxamento que podem fazer com que a pessoa “consiga lidar com o agente estressor de modo que não faça tão mal para seu organismo”.
Dependendo da situação, segundo ela, pode ser necessário acompanhamento psiquiátrico, com introdução de medicamentos. Cada caso é um caso.
Segundo Vera, lidar com o processo de separação em uma gestação envolve também a elaboração das mudanças de planos que serão feitas pela mulher a partir desse momento.
“O espaço da fala, junto com a escuta especializada, vai trazer conforto e diminuição da ansiedade, inquietação e das angústias da mãe nesse processo”, ressalta Cristina.
Sinais de atenção para procurar ajuda
Um dos principais fatores que indicam que não está tudo bem: mudanças abruptas de comportamento. Segundo Seger, é preciso notar também se a irritabilidade da pessoa está muito aflorada, já que isso “não pode ser normalizado, e pode significar adoecimento da saúde mental”.
“Por exemplo, ela gostava muito de sair e não sai mais; alterações alimentares; ou até mesmo insônia, quando na verdade ela dormia bastante, são considerados sinais de atenção”, explica Liliana.
A mulher não deve se sentir sozinha
Liliana ressalta que, além da própria mulher identificar os problemas, esse papel pode ser estendido para quem convive com a gestante.
Além disso, segundo ela, é importante acolher seus sentimentos, não culpá-la pelo que está sentindo e ajudar a procurar ajuda especializada, quando necessário.
SBT News