A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou, no começo da semana, uma nova foto da Galáxia do Sombrero, também conhecida pelos especialistas como Messier 104, região reconhecida como um foco de formação de estrelas.
A imagem foi capturada pelo telescópio espacial James Webb, o mais poderoso já lançado ao espaço, e mostra o local onde nascem 10 vezes mais estrelas do que na Via Láctea. O núcleo da galáxia, com pouco brilho, está cercado por um disco interno de poeira.
Com a tecnologia avançada do James Webb, foi possível, pela primeira vez, observar os detalhes do anel externo desta galáxia.
A Messier 104 (M104) é uma galáxia espiral localizada na constelação de Virgem, a 28 milhões de anos-luz da Terra. Seu anel externo, formado por aglomerados de poeira, foi registrado pela primeira vez no infravermelho.
Segundo a ESA, as observações do instrumento MIRI apontam que os agrupamentos de poeira contêm os chamados hidrocarbonetos aromáticos, formados por moléculas de carbono que podem indicar a presença de regiões jovens de formação estelar.
Laboratórios cósmicos
Neste caso, os anéis de poeira da Galáxia do Sombrero produzem menos que uma massa solar de estrelas a cada ano, enquanto a Via Láctea gera quase duas massas.
A Sombrero abriga cerca de 2 mil aglomerados estelares globulares, formados por milhares de estrelas antigas unidas pela gravidade.
Esses aglomerados atuam como laboratórios cósmicos, permitindo estudos comparativos, já que as estrelas possuem a mesma idade, mas massas distintas.
Buraco negro “tranquilo”
O último registro anterior ao James Webb foi feito pelo telescópio Hubble, em 2010. Na imagem, não era possível visualizar os detalhes revelados na foto divulgada nesta semana.
Observa-se que, no centro da galáxia, onde está localizado um buraco negro, há uma densidade de 9 bilhões de massas solares.
Contudo, o núcleo galáctico é considerado tranquilo, sendo ativo com baixa luminosidade, absorvendo matéria da galáxia e emitindo pequenos jatos brilhantes.
Um universo a ser explorado
O James Webb está com a agenda cheia. Até 15 de outubro, a ESA recebeu 2.377 propostas de observação de cientistas de todo o mundo, totalizando 78 mil horas de tempo de observação para o quarto ano de operações, que deve começar em julho de 2025.
“As propostas abrangem uma ampla gama de tópicos científicos, com galáxias distantes entre os períodos de observação mais solicitados, seguidas por atmosferas de exoplanetas, estrelas e populações estelares, e, por último, sistemas de exoplanetas”, destaca a ESA.
O telescópio James Webb é mantido por uma parceria entre a NASA, ESA e a Agência Espacial Canadense (CSA).