O Parlamento britânico deu um passo histórico na sexta-feira (29) ao aprovar, em votação inicial, o Projeto de Lei de Morte Assistida, que permite a adultos em estado terminal optar pelo suicídio assistido na Inglaterra e no País de Gales. Com 330 votos a favor e 275 contra, a proposta seguirá agora para uma comissão parlamentar, onde ajustes serão realizados antes da votação final. Caso aprovada definitivamente, o Reino Unido poderá se tornar o 12º país a legalizar o procedimento.
O debate, que durou horas, abordou questões éticas, religiosas e legais, além de reflexões sobre o sofrimento e a dignidade no fim da vida. Enquanto defensores afirmaram que a medida garante compaixão e autonomia aos pacientes terminais, críticos alertaram para possíveis riscos às pessoas vulneráveis, que poderiam ser pressionadas a optar pelo procedimento. Do lado de fora do Parlamento, manifestações pró e contra a proposta reuniram centenas de pessoas.
Sarah Wootton, diretora da ONG Dignity in Dying, celebrou a decisão como um marco em prol da escolha e dignidade, enquanto opositores destacaram preocupações com a segurança e o impacto ético da medida. A proposta britânica diferencia suicídio assistido, em que o paciente administra a medicação letal, de eutanásia, prática permitida em países como Holanda e Canadá, onde profissionais de saúde realizam o procedimento.