O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta sexta-feira (29) que o pacote de corte de gastos anunciado recentemente não é uma solução definitiva e que ajustes poderão ser revisados nos próximos meses. Segundo ele, as medidas, que prometem economizar R$ 70 bilhões em 2025 e 2026, representam apenas uma etapa inicial do esforço para equilibrar as contas públicas. “Pode ser que daqui a três meses esteja debruçado sobre as planilhas de gastos novamente”, afirmou Haddad durante um evento da Febraban, em São Paulo.
O pacote inclui ações como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais, aumento de alíquotas para rendimentos acima de R$ 50 mil e cortes em benefícios de militares e salários acima do teto constitucional. Apesar do detalhamento, o anúncio enfrentou críticas do mercado financeiro, que considerou as medidas insuficientes. A reação negativa refletiu na alta do dólar, que fechou o dia em R$ 6, alcançando um nível inédito. Haddad defendeu o pacote como um passo necessário, afirmando que não se trata de concessões, mas de convicções pessoais sobre o que é melhor para a economia.
O ministro reconheceu o desafio de superar “semanas difíceis” diante do cenário econômico, que ele atribui a uma década de desequilíbrio fiscal e gastos herdados do governo anterior. Ainda assim, enfatizou que os cortes são parte de um esforço contínuo para corrigir distorções e estabilizar a economia. “Estamos fazendo isso porque acreditamos ser o correto, e é nosso papel superar as dificuldades”, concluiu.