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Ansiedade pode dobrar risco de desenvolver Parkinson após os 50 anos, aponta estudo

A ansiedade pode estar diretamente relacionada ao desenvolvimento da Doença de Parkinson, segundo um estudo recente da University College London. A descoberta é especialmente relevante para o Brasil, que possui a maior população com transtornos de ansiedade no mundo, afetando 9,3% dos brasileiros, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O consultor técnico Thiago Fabri recebeu o diagnóstico de Parkinson há menos de um ano. Além dos sintomas característicos, como tremores, convive com a ansiedade desde jovem. “Foi um choque, mas com o passar do tempo a gente se acostuma e busca novas terapias para controlar”, comenta Thiago.

O estudo britânico revelou que pessoas diagnosticadas com ansiedade após os 50 anos têm o dobro de chances de desenvolver Parkinson. A médica Vanessa Milanese, diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, reforça essa relação: “A ansiedade está muito relacionada com a piora do tremor. Quando estamos nervosos, trememos mais. O estudo mostrou de forma brilhante essa conexão entre a ansiedade e as vias que causam o Parkinson.”

O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente, afetando quatro milhões de pessoas globalmente, sendo cerca de 200 mil apenas no Brasil. A OMS estima que até 2040, 14,2 milhões de pessoas serão afetadas pela doença.

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Em São Paulo, uma associação que oferece tratamento para pacientes com Parkinson revela que 30% dos pacientes também apresentam ansiedade associada à doença. “Aqui, além do tratamento medicamentoso, incentivamos práticas como tai chi chuan, meditação e oficinas de arte para aliviar os sintomas”, explica um dos responsáveis pela instituição.

Luciano de Oliveira Soares, paciente da associação, compartilha como essas atividades impactam sua rotina: “É a hora que eu me desligo. Sou o ansioso que fica olhando o celular a todo instante, mas aqui eu consigo deixar no mudo e focar em mim mesmo.”

Além das terapias alternativas, especialistas recomendam uma alimentação saudável, boas noites de sono e exercícios físicos regulares como formas eficazes de controle tanto da ansiedade quanto do Parkinson. Thiago Fabri confirma a importância dessa rotina: “Passei a praticar atividades físicas e isso tem me ajudado muito tanto na parte de ansiedade quanto no Parkinson.”

Com esses dados, fica evidente a importância de entender e tratar a ansiedade não apenas como um transtorno isolado, mas como um fator de risco significativo para doenças neurodegenerativas. Estudos como este incentivam diagnósticos mais precoces e tratamentos adequados, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

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