O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (7) que o Brasil está pronto para reduzir a jornada máxima de trabalho. Durante audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, ele classificou como “cruel” o atual sistema de escala 6×1 (seis dias trabalhados para um de descanso) e defendeu a transição para uma jornada de cinco dias com dois de folga.
Marinho destacou que o modelo atual prejudica principalmente os trabalhadores do comércio e sugeriu uma transição progressiva para condições mais equilibradas. “Acredito que é possível reduzir a jornada máxima. O 6×1 é cruel”, afirmou.
O ministro fez distinção entre a jornada do trabalhador e a da atividade econômica. “Alguns setores precisam funcionar 365 dias por ano, 24 horas por dia. Nesses casos, as convenções coletivas devem regular as escalas”.
Economia madura para mudança
“Vejo que a economia está madura para uma redução da jornada máxima no Brasil. Hoje temos 44 horas semanais, que considero o pior turno”, declarou Marinho. Ele ressaltou que o governo deve mediar o diálogo entre empregadores e trabalhadores para alcançar um “patamar saudável”.
O ministro alertou que ambientes de trabalho hostis e jornadas excessivas têm aumentado os problemas psicológicos entre os trabalhadores. A proposta de redução da jornada surge como forma de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos profissionais.
Atualmente, o Brasil mantém uma das maiores jornadas de trabalho entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, com carga horária semanal acima da média de nações como França (35h), Alemanha (34h) e Reino Unido (37,5h).
