O TCU investiga sumiço de R$ 40 milhões dos cofres do Conselho Federal de Odontologia (CFO), após a antiga diretoria investir a quantia em uma empresa que prometia altos lucros, mas desapareceu com os recursos. A empresa, chamada Solstic, não possuía registro no Banco Central nem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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É importante destacar que o dinheiro veio de taxas anuais pagas por dentistas e clínicas de todo o país. Um terço dessas arrecadações vai para o CFO, que deve usá-las para fiscalizar a profissão e garantir boas práticas. No entanto, durante a pandemia, a gestão anterior decidiu aplicar parte dessas reservas, alegando que ajudaria os profissionais afetados pela crise.
Segundo Juliano do Vale, presidente da entidade à época, o investimento parecia regular. “Hoje acredito que fomos vítimas de um golpe financeiro”, afirmou. O então secretário-geral do CFO, Cláudio Miaky — atualmente presidente — foi quem apresentou a proposta de investimento, através de um contato com um empresário.
Embora o departamento jurídico do CFO tenha alertado para a preferência por bancos públicos e investimentos de baixo risco, a diretoria optou pela operação. Como resultado, apenas R$ 8 milhões foram recuperados até o momento — apenas 20% do montante investido.
O caso está sob apuração interna e também sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), que busca entender quem aprovou e se beneficiou da aplicação. “Importa saber quem tinha ciência da irregularidade e quem induziu os demais a aprovar”, explicou a advogada criminalista Maíra Salomi.
