Famílias denunciam abusos em centros de imigração no Texas, onde condições precárias colocam em risco a saúde e o bem-estar de imigrantes, incluindo crianças. Os relatos apontam negligência médica, escassez de água potável e situações de conflito entre detidos.
Leia também:
Governo brasileiro condena ataques dos EUA ao Irã
Desde março, a organização RAICES ouviu 90 famílias detidas em centros localizados em Dilley e Karnes. Pelo menos 40 dessas famílias relataram problemas sérios relacionados à saúde e à qualidade da água. Uma das crianças relatou que um adulto empurrou sua irmã para conseguir uma garrafa d’água. “Todos correm para pegar, como se fosse uma corrida por sobrevivência”, afirmou.
Outro caso envolve um menino de 12 anos com inflamação nos pés, que teve exames médicos negados mesmo após sentir dor ao andar. “Dói quando ando”, declarou ele em documento judicial.
Condições precárias desafiam acordo histórico
As denúncias reacenderam o debate sobre o Acordo de Assentamento Flores, criado nos anos 90 para proteger menores imigrantes detidos. O governo Trump tenta revogar esse acordo, o que preocupa defensores de direitos humanos.
Mishan Wroe, advogado do National Center for Youth Law, afirmou que “defender o Acordo Flores é mais urgente do que nunca”, diante do risco de detenção indefinida de famílias e crianças. Já Leecia Welch, da Children’s Rights, alertou que a situação tende a piorar com o aumento no número de detidos.
Além disso, dados recentes indicam que os centros de detenção operam abaixo da capacidade máxima. No entanto, o governo pretende intensificar as detenções, o que pode provocar superlotação e aprofundar as violações denunciadas.