O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou, nessa sexta-feira (27), uma audiência pública para discutir a transparência e o controle sobre o pagamento das emendas parlamentares. A reunião foi convocada pelo ministro Flávio Dino, que abriu os trabalhos reforçando o papel da Corte na fiscalização dos recursos públicos.
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Logo, o ministro destacou que a intenção do STF não é interferir nas prerrogativas do Congresso Nacional. No entanto, segundo ele, é dever da Corte garantir o cumprimento das normas constitucionais. Assim, a audiência buscou ampliar o debate sobre a constitucionalidade das emendas, especialmente as chamadas impositivas.
Essas emendas obrigam o governo federal a liberar os valores indicados por deputados e senadores, sem necessidade de autorização do Executivo. Como resultado, o tema desperta preocupações sobre o equilíbrio entre os poderes e a correta aplicação de recursos públicos.
Emendas parlamentares movimentam mais de R$ 50 bilhões
De acordo com dados do Orçamento 2025, o total destinado às emendas parlamentares ultrapassa R$ 50 bilhões. Mais da metade desse valor corresponde às emendas impositivas, o que significa que parlamentares definem diretamente a destinação de uma parte significativa dos recursos públicos.
Embora o debate tenha ganhado importância nacional, os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, não compareceram à audiência. Ambos haviam confirmado presença, mas desistiram de última hora.
Como alternativa, advogados representantes das duas Casas participaram da sessão. Ainda assim, a ausência dos líderes gerou críticas e foi interpretada como um sinal político da tensão entre os Poderes.
Além disso, especialistas em direito constitucional, representantes da sociedade civil e membros do Tribunal de Contas da União também participaram da discussão.
O STF deve avaliar se o modelo atual de emendas impositivas está em conformidade com os princípios da Constituição Federal, especialmente os que tratam da transparência e da responsabilidade fiscal.