O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) emitiu um alerta à população sobre os perigos de tentar mudar a cor dos olhos com cirurgia. O procedimento, conhecido como ceratopigmentação ou “tatuagem da córnea”, tem ganhado visibilidade nas redes sociais, mas representa alto risco à saúde ocular.
Segundo o CBO, essa técnica só deve ser usada em casos específicos, como em pessoas cegas ou com visão muito comprometida, e com finalidade reparadora. A prática puramente estética em olhos saudáveis não é segura e pode causar danos permanentes.
A presidente do CBO, Wilma Lelis, explica que as complicações podem incluir infecções, inflamações difíceis de tratar e alterações irreversíveis na córnea. Esses efeitos prejudicam exames oftalmológicos futuros e até cirurgias, como a de catarata.
Os riscos mais graves incluem perfuração do olho, uveítes (inflamações internas), aumento da pressão ocular e, em casos extremos, cegueira. Pacientes já submetidos à ceratopigmentação relataram sintomas como dor intensa, ardência, sensibilidade à luz e lacrimejamento constante.
O presidente da Sociedade Brasileira de Córnea (SBC), José Álvaro Pereira Gomes, reforça que essa cirurgia é indicada apenas em situações reparadoras. “Não é um procedimento estético comum e só deve ser usado quando lentes coloridas ou próteses não forem eficazes”, afirma.
Tanto o CBO quanto a SBC alertam: somente oftalmologistas qualificados devem realizar intervenções nos olhos. A busca por resultados estéticos não pode colocar em risco a integridade da visão.
Andressa Urach
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Três dias após realizar uma cirurgia para mudar a cor dos olhos, a modelo e influenciadora Andressa Urach fez um desabafo em suas redes sociais, relatando as consequências do procedimento. “Tá doendo muito, lacrimeja muito e mal consigo enxergar. […] Tô muito arrependida. E medo de ficar cega!”, escreveu na postagem.
A operação foi realizada na França, já que no Brasil é proibida para fins estéticos.
