Nos últimos 25 anos, o preço da energia elétrica aumentou quase 1.300% no Brasil, isto é, mais de 14 vezes, de acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace). Em comparação, a inflação acumulada no mesmo período foi de 326%, ou seja, quatro vezes menor.
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Segundo a entidade, esse crescimento impacta diretamente a economia, os setores produtivos e o orçamento das famílias. Paulo Pedrosa, presidente executivo da Abrace, destaca que “a energia permeia todas as cadeias produtivas e chega em tudo que é produzido no país”.
Além disso, esse aumento encarece produtos básicos do cotidiano. Por exemplo, no pão francês, item comum no café da manhã dos brasileiros, quase 30% do preço corresponde ao custo da energia. Em uma padaria, o forno permanece ligado por até 15 horas diárias, além de outros equipamentos que consomem eletricidade constantemente.
Preço da energia elétrica pressiona consumidores e empresas
Além do pão, alimentos como leite e derivados têm 28,3% do custo final vinculado à energia. No caso da carne, o índice é de 27,2%, enquanto no café moído chega a 18,7%. Esses números evidenciam o impacto direto sobre a alimentação da população.
Na construção civil, o cenário é igualmente preocupante. A energia representa 31,6% do custo do cimento e 43,9% dos revestimentos. Itens essenciais, como o botijão de gás e as contas de água, também refletem esse peso: mais de 50% do valor pago está ligado ao consumo de eletricidade.
O quadro tende a se agravar ainda mais. Na última sexta-feira (5), a concessionária Enel anunciou aumento de 13% nas tarifas residenciais e quase 16% para empresas no estado de São Paulo. Assim, os reajustes pressionam ainda mais o custo de vida e obrigam os brasileiros a buscar alternativas para economizar.
